Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Economia Dólar dispara e fecha a R$ 5,91 com expectativa de corte de gastos

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O dólar disparou nesta quarta-feira (27) e chegou ao maior valor nominal da história: R$ 5,9124. A cotação bate o recorde anterior, registrado em maio de 2020, em meio à pandemia de covid, quando a moeda americana atingiu R$ 5,90.

A expressiva alta do dólar aconteceu assim que veio à tona uma notícia de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve anunciar a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês a partir de 2026. Essa é uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Acontece que o mercado financeiro esperava há semanas os detalhes de um pacote de corte de gastos públicos por parte do governo federal, que precisa reduzir as despesas para cumprir a meta de zerar o déficit público em 2024.

A meta fiscal para 2024 e 2025 é de déficit zero – ou seja, de igualar receitas e despesas para não aprofundar a dívida federal.

Haddad fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão nesta quarta-feira. O tema do discurso não foi detalhado pelo governo, mas esperava-se que tivesse a ver com os cortes. A notícia de que a isenção de IR entraria no anúncio foi confirmada pelo blog da Julia Duailibi, em apuração de Gerson Camarotti e Guilherme Balza.

Atualmente, estão isentos os contribuintes que ganham até R$ 2.259,20 mensalmente. Caso se concretize, a leitura é que o anúncio deve acabar se sobrepondo à divulgação das medidas de cortes de gastos e representaria uma renúncia de impostos tamanha que dificultaria o cumprimento das metas do arcabouço fiscal no futuro.

Mercado

O real tem sofrido uma desvalorização acentuada há semanas, conforme aumenta a cautela dos investidores com a condução das contas públicas brasileiras. Quando os gastos públicos estão elevados, o mercado passa a desconfiar da capacidade do país de arcar com suas dívidas no médio e longo prazo.

Havia uma grande expectativa do mercado financeiro de que a equipe econômica do governo federal apresentasse algum pacote de cortes nos gastos públicos logo após o segundo turno das eleições municipais no Brasil. Foram vários adiamentos desde então.

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