Sábado, 28 de Dezembro de 2024

Home Economia Dólar sobe 2% na semana e fecha cotado a R$ 6,19

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O dólar subiu nessa sexta-feira (27) e fechou a semana com alta acumulada de 2%, cotado a R$ 6,19. Além do persistente impacto dos cenários político e, sobretudo, fiscal, o mercado repercutiu os novos dados de inflação e emprego no Brasil.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, registrou alta de 0,34% em dezembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As projeções do mercado financeiro eram de uma alta superior, de 0,45%.

O IBGE também divulgou números do mercado de trabalho. O desemprego caiu a 6,1% no trimestre entre setembro e novembro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, atingindo o menor patamar da série histórica pelo segundo mês consecutivo. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.

No campo político, foco na legalidade das emendas indicadas pelas comissões parlamentares da Câmara dos Deputados. A Casa enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na madrugada desta sexta, uma série de informações sobre o tema, a pedido do ministro Flávio Dino.

Na última segunda-feira (23), Dino voltou a suspender o pagamento dessas emendas por entender que as indicações não estavam obedecendo os novos critérios de transparência definidos em decisões anteriores.

As emendas parlamentares são verbas previstas no Orçamento da União pagas pelo governo para deputados e senadores, que repassam o dinheiro para obras em seus estados. O STF vem restringindo, desde agosto, o pagamento das emendas exigindo maior transparência para o uso das verbas.

Diante do mesmo cenário, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.

Dólar

O dólar subiu 0,26%, cotado a R$ 6,1932. Na máxima do dia, chegou aos R$ 6,2147. Com o resultado, acumulou:

* ganhos de 2% na semana;
* alta de 3,21% no mês;
* avanço de 27,63% no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,38%, cotado a R$ 6,1773.

Ibovespa

O Ibovespa caiu 0,67%, aos 120.269 pontos. Com o resultado, acumulou:

* queda de 1,50% na semana;
* perda de 4,30% no mês;
* recuo de 10,37% no ano.

Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,26%, aos 121.078 pontos.

Mercados

Em um dia de menor movimento nos mercados pelo fim de ano, investidores repercutiram os mais recentes dados econômicos.

O resultado do IPCA-15 veio abaixo do esperado, mas mostrou que a prévia da inflação encerrou 2024 acima da meta do Banco Central do Brasil (BC). A meta é de 3%, mas é considerada formalmente cumprida se a inflação oficial fechar o ano entre o intervalo de 1,50% e 4,50%.

Em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 0,62%, o IPCA-15 de dezembro mostra uma desaceleração. O número também foi menor do que o resultado de dezembro de 2023, quando teve alta e 0,40%.

Em geral, a alta no mês foi puxada pelos grupos de Alimentação e Bebidas e Despesas Pessoais, principalmente, enquanto Habitação teve um alívio com a energia elétrica residencial.

Enquanto isso, os números da PNAD Contínua mostram que o o país atingiu a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da pesquisa.

A queda da taxa em novembro foi de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, terminado em agosto, quando era de 6,6%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,5% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais).

Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Foi um recuo de 7% em relação ao trimestre anterior, e de 17,5% na comparação com 2023.

No Brasil, as preocupações com o quadro fiscal brasileiro e o noticiário político também continuaram na mira dos mercados. Nessa sexta, a Câmara enviou argumentos ao STF afirmando cumprir as regras atuais ao destinar emendas parlamentares.

Mais cedo, o ministro deu um prazo de 10 dias para o governo federal explicar por que o Ministério da Saúde, Estados e municípios ainda não estão adotando as regras adicionais de transparência para as emendas parlamentares na área de saúde.

Na quinta (26), o presidente da Câmara, Arthur Lira, convocou os líderes da Casa para uma reunião por videoconferência para tratar da sucessão na mesa. A eleição deve acontecer em 3 de fevereiro.

Outra notícia que também ficou na mira dos investidores foi a entrevista do ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha, à CNN Brasil. O ministro fez um balanço do governo em 2024 e indicou as principais expectativas para 2025.

Segundo Padilha, a expectativa é que o Orçamento seja votado entre fevereiro e março.

“Estava tudo pronto para ser votado, mas o relator usou como argumento o fato de que as medidas que consolidam o marco fiscal têm de fato um impacto sobre o detalhamento do Orçamento e a consultoria técnica da Comissão precisava receber medidas primeiro e ver a sanção dela para, com esse detalhamento, poder recalcular o que for necessário”, disse o ministro em entrevista.

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