Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024

Home Saúde Dormir junto ou em camas separadas? O que dizem os estudos

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Pesquisas recentes mostram que o sono, tanto em animais quanto em humanos, pode ser influenciado por quem está ao redor durante o descanso. Em babuínos, o tempo de sono diminui com o aumento do tamanho do grupo. Já camundongos conseguem sincronizar seus ciclos de movimento rápido dos olhos (REM) entre si.

Entre humanos, o compartilhamento do leito varia conforme a cultura e a idade. Em muitas partes da Ásia, África e América do Sul, é comum que bebês durmam com os pais, prática adotada por até 100% das famílias em algumas regiões. No Ocidente, contudo, há uma preferência por bebês dormirem sozinhos, baseada na ideia de que isso os ajuda a se acalmarem sem ajuda.

Controvérsias

Apesar de comum, o compartilhamento de leito gera debates, especialmente devido a preocupações com a Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS, na sigla em inglês). Estudos indicam que, ao controlar fatores de risco como locais inseguros para dormir, a diferença no risco de SIDS entre bebês que dormem sozinhos e os que compartilham a cama é estatisticamente insignificante. Por isso, instituições como a Academia Americana de Pediatria recomendam que bebês durmam próximos aos pais, mas em superfícies separadas e seguras.

Pesquisas sugerem que dividir o leito pode estimular amamentação mais frequente e promover vínculos emocionais. Além disso, o sono mais leve dos bebês quando dormem com os pais poderia contribuir para o desenvolvimento do sistema respiratório, reduzindo riscos de apneia.

Em culturas que praticam o co-leito, acordar durante a noite é visto como parte do desenvolvimento natural do bebê. Embora alguns especialistas acreditem que a prática beneficie a saúde emocional e mental dos bebês, os estudos sobre impactos a longo prazo ainda são inconclusivos.

A prática também se estende à infância em algumas regiões. No Reino Unido, uma pesquisa de 2010 revelou que 6% das crianças dormiam com os pais até os quatro anos. Em países como a Suécia, é culturalmente aceito que crianças compartilhem o leito até a idade escolar, sendo visto como um gesto de acolhimento familiar.

De acordo com uma pesquisa de 2018 da US National Sleep Foundation, de 80% a 89% dos adultos que vivem com seus parceiros compartilham a cama com eles. O compartilhamento de cama entre adultos mudou ao longo do tempo desde eras pré-industriais – quando famílias inteiras e até convidados dormiam juntos – para os dias de hoje – em que dormir sozinho é também um sinal de preocupação com a higiene, à medida que a teoria dos germes foi sendo mais aceita.

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