Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Você viu? Duas pessoas morrem após extrair o siso; saiba quais os riscos do procedimento

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Dois brasileiros morreram após complicações decorrentes de uma extração do dente siso na cidade de Leme, em São Paulo, e em Fortaleza, no Ceará, durante o mês de maio. Os casos chamam atenção para os riscos do procedimento que é comum no País, e a necessidade de se atentar aos devidos cuidados para evitar infecções que podem levar ao óbito.

Marina Mesquita da Silva, de 23 anos, desenvolveu um quadro de celulite facial (infecção na face) e abscesso dentário, precisando ser internada no município paulista. Em 17 de maio, menos de 10 dias após ter retirado o dente, sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e morreu. A prefeitura disse que abriu um procedimento interno para apurar o óbito. O procedimento foi realizado em uma clínica privada.

Já o caso na capital cearense foi de um professor de dança, José Eliezio Oliveira Silva, de 50 anos, que desenvolveu um quadro de infecção generalizada e morreu no dia 23 de maio, uma semana depois da extração dentária. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza, responsável, já que a cirurgia aconteceu na rede pública, afirma que ele recebeu todos os cuidados necessários.

Os registros de dois casos semelhantes com menos de uma semana entre eles chamaram atenção pela retirada do siso ser uma prática comum na população. Ainda que se tratem de exceções – no geral, os especialistas defendem a segurança do procedimento –, as mortes destacam a importância de se estar atento aos potenciais riscos e aos cuidados necessários durante e depois do procedimento.

O que é o siso?

Os sisos são terceiros molares que se formam por volta dos 15 anos e emergem na boca cerca de três anos mais tarde. No entanto, a evolução fez os seres humanos não precisarem mais dos dentes extras, com algumas pessoas até mesmo nascendo sem eles.

Com isso, quando o novo dente começa a emergir, o ortodontista avalia, por meio de exames de imagem, se ele está na posição correta, sem afetar nervos e estruturas próximas, e se há espaço na boca para o seu nascimento. Quando não há empecilhos, geralmente não é recomendada a extração. Porém, quando o dente traz riscos, pode ser indicada a remoção.

Riscos da retirada

Todos os sisos podem inclusive ser removidos de uma só vez. Mas, como é uma cirurgia, há riscos envolvidos no processo, como sangramentos, lesões nos nervos dos dentes e infecções no local – como ocorreu com os pacientes que morreram em Leme e Fortaleza.

Esses riscos de contaminação existem porque a região é exposta, e patógenos como bactérias e vírus podem infectar o local. Se caírem na corrente sanguínea, eles podem ainda levar a infecção para outras partes do corpo, quadro considerado mais grave.

Por isso, algumas pessoas que têm doenças que afetem a coagulação sanguínea, por exemplo, nem podem ser submetidas à cirurgia. Além disso, os especialistas reforçam a importância de o procedimento ser realizado com profissionais da odontologia devidamente capacitados para fazer a extração e em locais adequados, para reduzir o risco.

Quando acender o alerta?

Normalmente, a dor e o inchaço decorrentes da operação começam a regredir depois de 24 a 48 horas. Mas, em caso de sintomas como febre alta, sangramento excessivo, dor intensa que não passa com medicamentos, dor que irradia para outras regiões da face ou do pescoço e inchaço que não reduz, ou que até mesmo aumenta, depois desse período, a orientação é buscar a avaliação do dentista que pode identificar se é um caso de infecção, e dar início ao tratamento.

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