Domingo, 09 de Março de 2025

Home Economia Economia do Brasil cresce 3,4% em 2024, mas dá sinais de desaceleração no 4º trimestre

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A economia brasileira colheu um bom crescimento no ano passado, mas deu sinais de desaceleração no quarto trimestre. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7).

O resultado do PIB do ano passado ficou dentro do esperado pelos analistas. As projeções variavam de alta de 3,3% a 3,6%, mas vieram um pouco abaixo da mediana das previsões, que era de avanço de 3,5%.

“Se pegarmos o período pós-pandemia, fechamos (2024) com quatro anos consecutivos de crescimento expressivo em relação ao nosso histórico. É um crescimento importante”, afirma Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia e análise setorial da Tendências Consultoria.

No quarto trimestre, a economia brasileira avançou 0,2% na comparação com os três meses anteriores, num claro sinal de perda de fôlego. No período de julho a setembro, o País cresceu 0,7%. O resultado ficou abaixo da mediana das projeções (0,4%), mas dentro do intervalo das estimativas, que variava de alta de 0,2% a 0,8%.

“O resultado de 2024 foi o melhor ano em termos de taxa de crescimento desde o pós-pandemia”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. “Mas, quando chega o quarto trimestre, temos a eleição do Trump e um pacote fiscal, que foi muito complicado. Em dezembro, começa a surgir uma sensação de que a desaceleração já aparece.”

A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provocou um grande aumento da incerteza com as expectativas sobre as medidas protecionistas. Os juros subiram pelo mundo, e o dólar se fortaleceu em relação a outras moedas. No Brasil, o cenário foi agravado porque o pacote fiscal apresentado pelo governo foi considerado tímido.

Em 2024, o roteiro da economia brasileira foi parecido com o de anos anteriores, com o crescimento surpreendendo positivamente. Em janeiro do ano passado, as projeções de alta para o PIB eram de apenas 2%.

Uma parte do resultado mais forte do que o esperado pode ser explicado pelos estímulos fiscais. Desde o início da atual gestão, o governo conseguiu um espaço para ampliar os gastos com a aprovação da PEC da Transição. Na virada de 2023 para 2024, autorizou o pagamento de precatórios, para encerrar o calote dado pela administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Houve ainda o impacto do reajuste real do salário mínimo.

“Foi um ano de crescimento cíclico forte e claramente acima do potencial brasileiro”, afirma Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners. “A indústria cresceu forte, os serviços cresceram forte.”

“Houve o pagamento de precatórios e aumento do salário mínimo. E numa época em que os juros estavam em queda. Essa combinação criou um momento positivo, que fez com que a taxa de desemprego caísse para os menores níveis da história e houvesse um crescimento real da renda”, acrescenta.

Pelo lado da oferta, a indústria avançou 3,3% no ano passado, e o setor de serviços cresceu 3,7%. A agropecuária recuou 3,2%.

Na ótica da demanda, o consumo das famílias registrou alta de 4,8% e o investimento avançou 7,3%. O consumo do governo subiu 1,9%. E, por fim, as importações (14,7%) cresceram mais do que as exportações (2,9%).

O que esperar de 2025?

A avaliação dos analistas é a de que a economia brasileira vai colher bons resultados no início deste ano, mas deve perder fôlego no segundo semestre. Eles, inclusive, não descartam o risco de uma recessão técnica – ou seja, quando o PIB recua por dois trimestres seguidos.

No relatório Focus, produzido semanalmente pelo Banco Central, a previsão dos analistas para o PIB deste ano é de alta de 2,01%.

Em 2025, a atividade deve ser afetada pelo impacto da alta da taxa básica de juros e pelo menor impulso fiscal. Com a inflação fora da meta, o BC tem subido a taxa básica de juros numa tentativa de esfriar a economia. Hoje, a Selic está em 13,25% ao ano e a expectativa do mercado é que encerre o ano em 15% – juros em alta encarecem o consumo das famílias e os investimentos das empresas.

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