Domingo, 24 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 3 de outubro de 2022
A Câmara dos Deputados, que historicamente já mantém bancadas de muitas tendências, orientações e interesses – como a da Bala, a da Bíblia e outras que reúnem parlamentares de partidos diversos – agora vai abrigar uma inusitada “bancada anticorrupção”. É o que anuncia a advogada Rosangela Moro (União Brasil), mulher do ex-juiz Sérgio Moro eleita deputada federal por São Paulo.
“É a primeira bancada anticorrupção tomando forma”, afirmou, nas redes sociais, ao se referir também à eleição do marido, para o Senado, e à vaga conquistada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol (Pode) na Câmara dos Deputados.
Também nas redes, o ex-chefe da extinta força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná entoou o coro de Rosangela nas redes sociais. Na avaliação dele, a Lava-Jato “renasceu como uma fênix” nas eleições 2022. Dallagnol foi o deputado federal mais votado no Paraná.
O ex-procurador foi inclusive saudado pelo ex-juiz Sérgio Moro. No Twitter, o senador eleito pelo Paraná diz que o povo paranaense “mandou um recado claro sobre o que pensa a respeito do procurador”. Ao agradecer os votos recebidos no Estado, Moro ainda afirmou: “A Lava-Jato vive e vai chacoalhar Brasília novamente”.
Nem os dois nomes da extinta operação, tampouco Rosangela, deram detalhes de como vai operar o novo núcleo. Ainda é uma incógnita, porém, até para os novos parlamentares – que tomarão posse em fevereiro – se a bancada que diz rejeitar malfeitos e malfeitores terá boa acolhida dos pares, especialmente daqueles que já foram ou ainda são alvo de investigações por malversação de recursos públicos.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Rosangela agradeceu os mais de 217 mil votos recebidos e afirmou que vai “honrar com muita dignidade e muito trabalho” cada um deles. “O trabalho foi bem feito e a vitória é nossa”, disse. Disputando sua primeira eleição, ela foi a 18ª deputada federal mais votada de São Paulo.
Dívida
Rosangela deve mais de R$ 500 mil em materiais de campanha e serviços a fornecedores.
Em um dos casos, produtos de uma gráfica com conteúdo eleitoral da deputada federal eleita, como santinhos, adesivos e camisetas, foram entregues pela empresa contratada — que não recebeu o pagamento de uma parcela de R$ 249 mil da campanha da advogada até o momento.
O empresário Roberto Monzani, dono da gráfica que forneceu o material, disse que a campanha pagou metade da nota já com atraso. Ele não foi contatado pela equipe da advogada após sua vitória.
A estimativa total dos valores devidos variam entre R$ 500 mil e R$ 600 mil, segundo confirmou o coordenador da campanha de Rosangela, Guto Ferreira, após publicação de matéria sobre a dívida pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
O prazo final do Tribunal Superior Eleitoral para o pagamento aos fornecedores dos candidatos era o dia 30 de setembro.
No Ar: Pampa Na Madrugada