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Por Redação Rádio Pampa | 7 de outubro de 2022
O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apostou no apoio da ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) em sua primeira propaganda eleitoral do segundo turno, nesta sexta-feira (7). Já Jair Bolsonaro (PL) explorou o apoio do jogador da seleção Neymar e de governadores, como Romeu Zema (Novo-MG).
Lula trouxe um áudio com a fala de Tebet declarando voto nele para o segundo turno. A emedebista ficou em terceiro lugar no primeiro turno, disputado no último domingo (2), e a campanha petista espera angariar os votos dela para vencer em 30 de outubro.
A estratégia de Bolsonaro foi similar, trazendo a voz de Zema. O governador mineiro foi reeleito no último domingo no segundo maior colégio eleitoral do País, sendo um apoio importante ao presidente que também busca a reeleição. A propaganda bolsonarista também citou o apoio de Neymar, sem, no entanto, colocar um áudio de sua fala.
O programa de Lula inicia agradecendo os eleitores. “Agradeço a Deus por essa grande vitória no primeiro turno”, diz o ex-presidente. “É hora de unir todo mundo que quer paz e democracia”, afirma uma narradora.
A propaganda de Bolsonaro, por outro lado, fez uma paródia com o jingle de Lula dizendo “agora é lero-lero, lero-lero”. Na rádio, a campanha de reeleição também atacou a imprensa e as pesquisas de intenção de voto. Chamou seu tempo de rádio de “rádio 22, a rádio que toca verdade”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu que o tempo de rádio e TV começasse com o programa do candidato mais votado no primeiro turno. Na corrida presidencial, Lula, que obteve 48,4% dos votos válidos no último domingo, foi o escalado. Bolsonaro, que somou 43,2% dos eleitores, foi o segundo a falar. A cada dia haverá alternância. Assim, neste sábado (8), o programa do presidente será exibido antes.
Aperto financeiro
Com o avanço da disputa presidencial ao segundo turno, as campanhas de Lula e de Bolsonaro têm feito contas para conseguir bancar os gastos nas próximas semanas.
Do lado do presidente, com o fundo eleitoral do PL zerado na primeira etapa das eleições, a prioridade é intensificar a busca por doações de empresários e, principalmente, do agronegócio. No PT, mesmo com um caixa remanescente de R$ 51,3 milhões, o discurso também é de que será necessário um aperto, pois esse valor terá de ser dividido com os quatro candidatos da sigla a governos estaduais que se mantêm no páreo.
Segundo as prestações de contas divulgadas ao Tribunal de Superior Eleitoral (TSE), Lula já recebeu R$ 91,5 milhões para sua campanha, mais que o dobro do que Bolsonaro, que arrecadou R$ 42,4 milhões — incluindo doações. Mas o petista também gastou mais no primeiro turno: R$ 67 milhões, ante R$ 15 milhões em despesas declaradas pelo presidente.
A campanha de Bolsonaro, porém, ainda terá que devolver aos cofres públicos gastos com viagens eleitorais do presidente nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), que só devem ser contabilizadas na prestação de contas final.
Com R$ 268 milhões do fundão para todas as campanhas eleitorais do PL, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, decidiu priorizar as candidaturas ao Legislativo, o que ajudou a legenda a conquistar uma superbancada na Câmara, com 99 deputados. O resultado, porém, é que não sobraram recursos para o segundo turno. Além da corrida presidencial, o PL ainda está na disputa pelo governo de Santa Catarina, com Jorginho Mello, e pelo do Rio Grande do Sul, com Onyx Lorenzoni.
Preocupados com a dificuldade financeira, interlocutores do PL passaram a se concentrar na arrecadação junto ao agronegócio. Empresários do ramo, como os agropecuaristas Oscar Luiz Servi e Hugo de Carvalho Ribeiro, foram os maiores doadores da campanha de Bolsonaro até agora.
A campanha de Lula, por sua vez, tinha a estimativa de gastar R$ 44,5 milhões no segundo turno, mas, se esse valor for custeado apenas com o fundão, as candidaturas a governador do partido ficarão asfixiadas. Isso porque o fundo eleitoral de R$ 51,3 milhões ainda disponível terá que bancar também as disputas do segundo turno de Fernando Haddad (São Paulo), Jerônimo Rodrigues (Bahia), Décio Lima (Santa Catarina) e Rogério Carvalho (Sergipe).
O partido ainda não definiu quanto destinará para cada um, mas, segundo o tesoureiro da campanha de Lula, Márcio Macedo, a previsão é que o candidato a presidente receba um pouco mais da metade dos R$ 44,5 milhões previstos inicialmente. O restante terá de ser arrecadado em outras fontes, como doações.
Integrantes da equipe petista dizem que, de qualquer forma, será necessário apertar os cintos. O ideal, dizem, seria ter segurado as despesas no primeiro turno para ter uma reserva agora.
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