Quarta-feira, 23 de Outubro de 2024

Home Mundo Em reunião com Dilma, Putin defende pagamento com moedas nacionais

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu, nessa terça-feira (22), o aumento do comércio em moedas nacionais para minimizar os “riscos políticos externos” das operações lastradas no dólar. A fala foi proferida antes do início da reunião de cúpula dos Brics em Kazan, no território russo. Putin apresentou a ideia durante uma reunião com a ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, também conhecido como Banco do Brics), Dilma Rousseff, que se mostrou favorável ao teor apresentado.

“Um aumento dos pagamentos em moedas nacionais torna possível minimizar os riscos políticos externos”, disse Putin, o anfitrião do encontro dos países em desenvolvimento, durante a conversa com Dilma.

A ex-presidente brasileira demonstrou apoio à ideia de aumentar o comércio entre os países por meio de moedas nacionais durante o encontro com Putin. Além do mandatário russo, participaram da reunião a presidente do Banco Central Russo, Elvira Nabiulina, e do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

“No momento, os países do Sul Global têm uma grande necessidade de financiamento, mas as condições para obtê-lo são muito complicadas”, afirmou Dilma, segundo suas declarações traduzidas para o russo.

A Rússia é alvo, desde o início da ofensiva na Ucrânia em 2022, de sanções ocidentais, em particular financeiras, e o presidente russo pede com frequência a redução da dependência da economia russa do dólar, uma moeda considerada “tóxica” por Moscou. O estabelecimento de um sistema de pagamentos internacional permitiria competir com o Swift (Sociedade para Telecomunicações financeiras Interbancárias Mundiais), do qual a maioria dos bancos russos foi excluída.

O banco dos Brics foi criado como alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, duas instituições controladas pelos países ocidentais.

Putin conversa com Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nessa terça por telefone com o presidente russo Vladimir Putin. Até a semana passada, a agenda de Lula previa uma viagem para Kazan, na Rússia, para a Cúpula do Brics. E, estando lá, uma reunião bilateral presencial com Putin na terça.

No último sábado (19), no entanto, Lula cancelou a viagem internacional após sofrer um acidente doméstico – o presidente caiu no banheiro, bateu a nuca e precisou levar cinco pontos. Com isso, o compromisso acabou sendo trocado por um telefonema.

Lula recebeu a ligação no Palácio da Alvorada, de onde trabalhou nos últimos dias.

“O presidente Putin quis saber do estado de saúde do presidente, e lamentou que ele não pode vir à Cúpula dos Brics, e o presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado. E que serão feitos os arranjos para a participação dele na reunião por videoconferência”, diz a nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

O Planalto ainda avalia participação remota de Lula. A reunião de cúpula do Brics começa nessa terça-feira e segue na quarta (22). O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chefia a delegação brasileira na Rússia.

O grupo que reúne países de economia emergente era formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente foram admitidas as entradas de Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. Arábia Saudita ainda não aceitou formalmente o convite.

Lula ainda não definiu se participará por videoconferência das reuniões com os demais líderes dos países, já que o fuso em Kazan é seis horas à frente do horário de Brasília e o presidente segue sob acompanhamento médico.

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