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Por Redação Rádio Pampa | 25 de junho de 2023
A Embaixada do Brasil em Moscou emitiu comunicado no sábado, no qual sugere aos brasileiros que evitem “aglomerações públicas e deslocamentos desnecessários” na Rússia, que enfrenta uma rebelião de membros do grupo mercenário Wagner. Antes aliado do presidente Vladimir Putin nas invasões à Ucrânia, o grupo deu início, na sexta-feira, a embates contra o exército russo a fim de destituir o comando militar do país.
O líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, acusou o próprio Ministério de Defesa da Rússia de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliação. Instalações militares do país foram tomadas pelo grupo ao longo da noite de sexta (sábado no horário local).
Putin classificou os atos como “facada nas costas”, e disse que todos que seguiram no “caminho da traição” serão punidos.
Segundo a agência de notícias Reuters, Prigozhin declarou ter ordenado aos combatentes, que vinham avançando sobre Moscou, que voltassem para suas bases para evitar derramamento de sangue.
Em comunicado divulgado em seus canais oficiais, a Embaixada do Brasil em Moscou disse acompanhar “atentamente os recentes acontecimentos na Rússia”.
A representação no país pediu que os brasileiros “sigam as orientações e medidas de segurança difundidas pelas autoridades locais por meios oficiais”.
“Sugere-se, ainda, que sejam evitadas aglomerações públicas e deslocamentos desnecessários”, acrescentou.
Ainda no sábado, mas na França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou comentar o conflito.
“Não, eu não posso falar. Lamentavelmente eu não posso falar porque eu não tenho as informações necessárias para te falar. Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho. Eu ouvi dizer, mas não tenho informação e eu pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, afirmou em entrevista à imprensa.
O que é o grupo
O Grupo Wagner foi fundado em 2014 e é composto por mercenários. Eles eram ex-soldados de elite altamente qualificados cujo líder é o oligarca Yevgeny Prigozhin, ligado ao Kremlin. Acredita-se que ele expandiu o grupo, recrutando prisioneiros, civis russos e estrangeiros.
Segundo estimativas, o Grupo Wagner pode ter mais de 20 mil soldados lutando na Ucrânia. Por ter ligação com o Kremlin, o grupo esteve envolvido em uma ampla gama de tarefas em conflitos e guerras civis.
Uma das primeiras missões que realizou foi na península da Crimeia, quando mercenários com uniformes sem identificação ajudaram forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região. A empresa paramilitar chegou a ser alvo de sanções dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE).
Em fevereiro de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o governo Putin usou os mercenários no conflito. Contudo, contou cada vez mais com eles em batalhas importantes, como nas cidades de Bakhmut.
O Grupo Wagner já atuou na África para aumentar a segurança para mineradoras russas. Também há conhecimento sobre a presença de combatentes do Grupo Wagner na Síria.
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