Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2025

Home Política Entenda o que Lula cobrou de Nísia Trindade para mantê-la como ministra da Saúde

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Em meio às discussões sobre uma possível reforma ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que a titular da Saúde, Nísia Trindade, ficará no governo. O chefe do Executivo, no entanto, cobrou que ela apresente uma marca para a gestão.

Com a guinada na comunicação do governo e chegada do marqueteiro Sidônio Palmeira ao Palácio do Planalto, Lula tem cobrado auxiliares de olho em 2026, quando deve disputar a reeleição. Uma das metas é justamente organizar ações e dar visibilidade a programas que possam resultar em dividendos eleitorais.

Em duas conversas recentes, a ministra, acompanhada de auxiliares, apresentou os programas que a pasta tem levado adiante e as políticas públicas que foram retomadas a partir de 2023. Lula, segundo relatos, afirmou que as iniciativas foram criadas em governos anteriores dele e de Dilma Rousseff e que ela precisava ter a marca dela na gestão de uma das pastas com maior orçamento na Esplanada.

Nísia saiu do gabinete presidencial com a missão de colocar na rua um projeto que possa ser visto como uma vitrine do governo Lula 3. Nos encontros no Planalto, a ministra ouviu de Lula questionamentos sobre detalhes do programa Mais Acesso a Especialistas, considerado uma “obsessão” de Lula.

O presidente procurou entender como estava andando a iniciativa e o que é preciso para que ela deslanche. O programa tenta facilitar o acesso de pacientes a consultas e exames especializados. Embora Lula e a Casa Civil tenham críticas à gestão de Nísia na Saúde por entender que o ministério poderia ser um dos principais ativos do terceiro mandato do petista, o presidente tem admiração pessoal pela ministra, por seu perfil de gestora e técnica e seguirá apostando em seu trabalho.

A reunião foi acompanhada por outros auxiliares, como Sidônio, chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), escalado para tentar maximizar o alcance das ações. A preocupação do governo na área também é apoiada por resultados ruins em pesquisas de opinião. De acordo com levantamento da Genial/Quaest de dezembro, a saúde é um dos principais problemas do país, atrás de temas como economia, violência e questões sociais.

Levantamento do Ipec de dezembro aponta que a avaliação da saúde é considerada ruim e péssima por 44% da população, enquanto 26% a consideram boa e 28%, regular. O nível de desaprovação da área subiu dois pontos entre abril e dezembro (de 42% para 44%).

As reuniões entre Lula e Nísia são duras e marcadas por cobranças. Em relação ao programa Mais Acesso a Especialistas, um entrave para a política virar uma marca é a divisão de responsabilidades entre estados e municípios. Na ponta, o cidadão poderá não atribuir necessariamente o acesso ao médico especialista ao governo federal, segundo interlocutores.

No Planalto, a cobrança é que haja peças de identidade visual que apontem que esse é um programa de Lula. Também estão no radar do ministério a criação de tele-entregas de medicamentos da Farmácia Popular e de criação de uma van odontológica para atendimento pelo SUS.

Mesmo sob pressão, o histórico de Nísia, ex-presidente da Fiocruz e cientista, é visto como ponto positivo e “inibidor” de ataques. Auxiliares entendem que um nome político ou do Centrão no cargo dariam margem maior a críticas.

Interlocutores do presidente asseguram que não está no horizonte de Lula entregar a gestão da Saúde para partidos aliados. Um dos argumentos é de que a pasta é praticamente integralmente administrada por petistas e que a área será usada para demonstrar diferenças da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. As informações são do portal de notícias O Globo.

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