Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Home Economia Entre economistas, há quem já veja espaço para aceleração no ritmo da queda de juros no País

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A decisão anunciada no meio desta semana pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sacramentou no mercado a avaliação de que o ritmo de cortes de 0,5 ponto porcentual da taxa Selic por reunião do colegiado será a “velocidade de cruzeiro” do ciclo de afrouxamento. Mas, entre economistas, há quem já veja espaço para aceleração do ritmo a 0,75 ponto à frente – uma aposta que pode, inclusive, crescer no mercado de juros,

O colegiado reduziu os juros em 0,5 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25%. A decisão não apenas foi dividida, como divergiu das expectativas da maioria dos analistas: de 88 instituições, 62 (70%) esperavam corte de 0,25 ponto, ante apenas 26 (30%) que previam baixa de 0,50. Essa foi a primeira divergência entre o Banco Central e o consenso do mercado desde março de 2021.

Apesar da decisão dividida, o comitê informou que seus membros, “unanimemente”, preveem reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões. Como resultado, instituições como Banco BV, Barclays, BNP Paribas, G5 Partners e Warren Rena diminuíram suas projeções para a taxa Selic no fim de 2023, de 12% para 11,75% em todos os casos.

As revisões incorporam a baixa 0,25 ponto porcentual maior do que o esperado em agosto, seguida por cortes de 0,5 ponto nas reuniões do Copom de setembro, novembro e dezembro.

O diretor de pesquisa para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, classificou a decisão como um “corte hawkish”, ou duro, por conta do esforço da autoridade monetária para sinalizar um ritmo contido para os próximos ajustes.

O economista da ASA Investments Leonardo Costa avalia que uma redução em 0,75 ponto porcentual já na próxima reunião do Copom não pode ser descartada.

Segundo nota divulgada pelo Copom, cinco diretores votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual. Quatro se manifestaram por uma redução de 0,25.

Votaram pela redução de 0,5 ponto percentual:

*presidente Roberto Campos Neto (indicado por Jair Bolsonaro)
*Ailton de Aquino Santos (indicado por Lula)
*Carolina de Assis Barros (indicada por Temer)
*Gabriel Galípolo (indicado por Lula)
*Otávio Ribeiro Damaso (indicado por Dilma Rousseff)

Votaram por cortar a Selic para 13,50%:

*Diogo Abry Guillen (indicado por Jair Bolsonaro)
*Fernanda Magalhães Rumenos Guardado (indicada por Jair Bolsonaro)
*Maurício Costa de Moura (indicado por Michel Temer)
*Renato Dias de Brito Gomes (indicado por Jair Bolsonaro)

Reuniões do Copom

O Copom é formado pelo presidente do BC e por oito diretores da instituição.

Esta reunião foi a primeira com a nova formatação do comitê, após o Senado aprovar as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino para a diretoria do Banco Central. Os dois haviam sido indicados por Lula.

O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da taxa Selic. Neste ano, o comitê ainda deverá se reunir outras três vezes:

*19 e 20 de setembro
*31 de outubro e 1º de novembro
*12 e 13 de dezembro.

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