Sábado, 16 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de novembro de 2024
A escultura “A Justiça”, criada pelo artista mineiro Alfredo Ceschiatti, voltou a ser alvo de ataque nesta semana, no atentado realizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A obra, inaugurada há mais de 60 anos em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), já tinha sido vandalizada nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Na noite da última quarta-feira (13), Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, arremessou um explosivo na estátua. Em seguida, lançou outros dois na direção do prédio do STF. Por fim, deitou-se no chão e acionou mais um explosivo, colocando-o atrás da cabeça. Ele morreu.
Esculpida em granito e com mais de 3 metros de altura, a obra “A Justiça” retrata Têmis, a deusa da justiça na mitologia grega. Ela está sentada, de olhos vendados, com uma espada no colo e sem a balança nas mãos, como é tradicionalmente representada.
“A escultura da Justiça tem um simbolismo altamente importante para a sociedade como um todo, porque não há harmonia no ser humano vivendo em sociedade se não houver justiça. […] A Justiça é a teia, a rede que mantém a coesão da sociedade, porque os excessos em geral tendem a ser identificados, listados e punidos, se necessário” , afirmou o coordenador do Laboratório de Ciência da Conservação da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Souza.
A peça, instalada em 1961 na Praça dos Três Poderes, em frente ao prédio do STF, é uma criação de Alfredo Ceschiatti, que nasceu em Belo Horizonte, em 1918.
Escultor, desenhista e professor, ele estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e foi um dos principais colaboradores do arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pela concepção de prédios, monumentos e palácios de Brasília.
A obra de Ceschiatti
O primeiro projeto de Ceschiatti em colaboração com Niemeyer foi o baixo-relevo do batistério da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, em 1944.
Ele integrou a Comissão Nacional de Belas Artes em 1960 e, de 1963 a 1965, lecionou escultura e desenho na Universidade de Brasília.
O artista, que morreu em 1989, criou várias obras expostas em prédios públicos de Brasília, como “As Iaras”, escultura de bronze do Palácio da Alvorada também chamada de “As banhistas”.
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