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Por Redação Rádio Pampa | 7 de março de 2023
É mais provável que o estresse da vida moderna afete mais a vida sexual das mulheres de meia-idade do que a menopausa. É o que aponta um novo estudo publicado no Journal of Sex Research, feito por pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), da Universidade de Glasgow e da Universidade College Londres.
Realizado com mais de 2 mil mulheres, o trabalho descobriu que pouquíssimas delas vincularam sua menopausa a uma redução na frequência ou na qualidade de sua atividade sexual. Em vez disso, as mulheres de meia-idade alegaram que o peso da pressão exercida sobre elas as deixou tão ocupadas que sobrou pouco tempo ou energia para desfrutar de uma vida sexual regular e satisfatória.
Pesquisadores entrevistaram mulheres que observaram o fardo de suas agendas agitadas e os desafios de conciliar família, trabalho e vida social. Elas falaram das dificuldades financeiras e de relacionamento, das preocupações com os familiares e das demandas simultâneas dos filhos e dos pais idosos, ambos precisando de ajuda prática e apoio emocional e nenhum dos dois contribuindo muito para a redução da carga de trabalho ou do estresse.
A pesquisa concluiu que a idade e o status da menopausa foram menos significativos na determinação dos níveis de satisfação sexual e frequência do que fatores de relacionamento, estilo de vida e estado de saúde.
“Poucos estudos levaram em consideração as opiniões das mulheres ao tentar entender a gama de fatores que influenciam a experiência sexual na meia-idade. O declínio na frequência precisa ser definido no contexto da mudança social, bem como nas circunstâncias individuais”, disse Kaye Wellings, principal autora e professora de pesquisa em saúde sexual e reprodutiva da LSHTM, em comunicado.
Ela destacou o impacto dos “deveres duplos de cuidado” que as mulheres de meia-idade enfrentam, pois muitas vezes são responsáveis por cuidar dos filhos e dos pais.
“As mulheres de meia-idade hoje são frequentemente apelidadas de ‘geração sanduíche’ – elas se casaram e tiveram filhos mais tarde do que as gerações anteriores, estão trabalhando e podem se ver sustentando filhos dependentes e pais idosos, enquanto possivelmente lidando com problemas de saúde emergentes”, acrescenta.
A pesquisa foi realizada com a esperança de que os resultados pudessem tranquilizar as mulheres durante esse período de suas vidas.
“A frequência do sexo tem pouca relação com a satisfação com a vida sexual. O estudo sugere que a intimidade pode ser um fator mais importante na determinação do bem-estar sexual. Esta é uma mensagem que os profissionais de saúde podem transmitir de forma benéfica às mulheres”, finaliza Wellings.
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