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Por Redação Rádio Pampa | 21 de setembro de 2022
A saúde das mulheres em todo o planeta piorou em 2021 em relação a 2020, apesar da pandemia ter perdido força. Elas tiveram mais dificuldade no acesso à comida, apenas 12% fizeram algum exame para diagnóstico de câncer e estão mais estressadas, preocupadas, irritadas e tristes do que em qualquer momento da última década.
A pesquisa Hologic Global Women’s Health Index, feita pela empresa americana voltada para saúde feminina Hologic em parceria com a Gallup, avaliou 127 mil mulheres e homens em 122 países.
Se a situação global é ruim, com a pontuação máxima de apenas 70 pontos (de 0 a 100) obtida por Taiwan, seguida por Letônia, Áustria e Dinamarca, ela é especialmente preocupante no Brasil, segundo a pesquisa. Estamos na 104º colocação, com apenas 44 pontos, e atrás de países como Uganda, Bolívia e Paquistão. Os três últimos são Venezuela (120º lugar, com 39 pontos), República do Congo (121º, 38) e, como pior lugar para a saúde da mulher, Afeganistão, com apenas 22 pontos.
Os participantes responderam questões sobre cinco áreas: cuidado preventivo (como medição da pressão, do diabetes, testes para câncer e infecções sexualmente transmissíveis), saúde emocional (sentiu preocupação, estresse, tristeza ou raiva nos últimos dias?), saúde e segurança (acesso aos serviços de saúde ou a segurança para andar à noite sozinha), necessidades básicas (falta de dinheiro para alimentação ou moradia), e saúde individual (tem problemas de saúde ou sente dor).
O estudo identificou que o bem-estar das mulheres piorou de forma mundial nesse segundo ano da pandemia. O estresse, a preocupação e a raiva aumentaram três pontos percentuais cada um no período de um ano (de 2020 para 2021), enquanto a tristeza aumentou notavelmente seis pontos. Mais de quatro em cada 10 mulheres em 2021 disseram que sentiram preocupação (43%) e estresse (41%) durante grande parte do dia anterior à pesquisa, quase uma em cada três experimentou tristeza (32%) e mais de uma em cada quatro experimentou raiva (26%) — todos em níveis recordes.
As mulheres também disseram mais que os homens que houve momentos no ano passado em que não tinham dinheiro suficiente para comprar alimento (37% das mulheres contra 33% dos homens). Essa diferença foi maior em 2021 do que em 2020 – porque houve piora para elas, enquanto eles se mantiveram estáveis.
A percepção de violência delas também piorou de 2020 para 2021. Mais de uma em cada três não se sente segura andando sozinha em seu bairro, o que significa que quase 1 bilhão de mulheres no mundo se sentem inseguras.
Em 2021, 60% das mulheres disseram não ter feito nenhum exame para os quatro problemas de saúde apresentados (pressão arterial, câncer, diabetes e ISTs). No caso de câncer, por exemplo, apenas 12% fizeram algum exame, ou seja, mais de 2 bilhões de mulheres do mundo não sabem se estão com a doença ou não.
No Ar: Pampa Na Madrugada