Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Saúde Estudos confirmam que exercício parado derruba mais a pressão arterial

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Pesquisadores do Reino Unido acabam de publicar uma extensa revisão sobre exercícios físicos e o controle da pressão arterial no British Journal of Sports Medicine. Eles compilaram nada menos do que 270 estudos realizados entre 1990 e 2023 sobre o assunto. Depois de fazer um pente-fino nesse material, os cientistas concluíram que os exercícios isométricos – aqueles que envolvem ficar parado contraindo os músculos – são os que mais derrubam a pressão.

Segundo Renato Pelaquim, diretor executivo do Departamento de Educação Física da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), o achado não é exatamente uma novidade, porque já existiam indícios dos benefícios do treino isométrico no controle da pressão. “O que acontece é que os estudos estão cada vez mais robustos, como essa revisão.”

Ele lembra que a Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular, de 2020, já citava o handgrip, feito de três a cinco vezes por semana, durante 12 minutos, como estratégia para redução da pressão arterial. Nesse exercício, o indivíduo aperta uma espécie de aparelho formado por duas hastes – a ideia é forçar dedos, mãos e antebraços.

Agora, nesse trabalho recente, um movimento que se destacou foi o agachamento isométrico. Em resumo, ele envolve encostar a coluna na parede e flexionar as pernas, como se estivesse sentado em cadeira imaginária.

Depois de ajustar diversos dados, os autores ingleses perceberam que investir nos movimentos isométricos fez a pressão sistólica cair 8.24 mmHg e a diastólica, 4 mmHg. Enquanto a primeira tem a ver com a saída do sangue do coração para o resto do corpo, a segunda ocorre quando o órgão relaxa. Segundo Pelaquim, esse resultado é similar ao obtido com o uso de medicamentos.

Razões

O especialista afirma que, no exercício isométrico, os músculos ficam contraídos por muito tempo – na pesquisa, eram de dois a três minutos, chegando a até quatro minutos. Isso cria o que se chama de estresse de atrito.

“Significa que tem sangue batendo na parede do vaso sanguíneo, sobretudo nas artérias. E quanto maior esse atrito, maior a liberação de substâncias que relaxam os vasos, causando uma dilatação”, descreve ele. Daí porque há queda na pressão. Esse efeito também acontece no treino aeróbico e resistido, mas não na mesma magnitude.

Mas Pelaquim faz uma ponderação: os estudos costumam acompanhar os efeitos pós-treino, ou seja, quando os indivíduos já estão em repouso. “E precisamos ter um grande cuidado durante a atividade”, diz.

Isso porque no momento da realização do exercício as duas medidas de pressão (mas especialmente a diastólica) tendem a subir demais – e isso não é muito positivo para quem já convive com algum fator de risco. Se o sangue chegar com muita pressão ao coração de um indivíduo que já tem artérias mais doentes, cresce o risco de ele enfrentar algum evento cardiovascular.

Como fazer

De acordo com Pelaquim, é difícil pensar em uma hora de treino focada apenas em movimentos isométricos – ainda mais se a pessoa não tiver um bom preparo físico.

A dica dele é mesclar modalidades diferentes, em vez de se concentrar em um tipo só – dá para incluir um treino aeróbico, de resistência e até o intervalado de alta intensidade (conhecido como HIIT).

Na hora do isométrico, também não é preciso seguir à risca o recado e ficar completamente parado. Dá para adaptar e progredir aos poucos. “Uma possibilidade é diminuir a velocidade de execução de certos exercícios”, exemplifica o especialista.

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