Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de outubro de 2022
Um estudo apresentado na Conferência Internacional de Aids de 2022 mostrou que uma pílula chamada doxy-PEP pode ser eficaz e ter tolerâncias significativas contra as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) comuns entre pessoas da comunidade LGBTQIA+. Pessoas com o vírus HIV ou sob profilaxia pré-exposição (PEP, método de prevenção à HIV e outras doenças) foram avaliadas ao longo do estudo.
Os resultados indicam que essa abordagem tem o potencial de ser uma opção para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) bacterianas entre pessoas com alto risco de aquisição repetida dessas doenças. A pílula reduziu as taxas de gonorreia e clamídia em mais de 60% entre homens que fazem sexo com homens se tomarem o antibiótico em até 72 horas após o sexo sem preservativo.
Esse medicamento à base de doxiciclina é um antibiótico que funciona como uma “pílula do dia seguinte” – que, em vez de prevenir a gravidez poucas horas após o sexo desprotegido, previne DSTs como clamídia e sífilis.
Um estudo com 30 pessoas sugeriu esperança para a estratégia em 2015, quando pessoas em todo o mundo começaram a experimentar o medicamento, na maioria das vezes, sem a aprovação ou supervisão de um médico.
Agora, o departamento de saúde de San Francisco, nos Estados Unidos, se tornou a primeira autoridade no país a divulgar orientações recomendando doxyPEP para homens que tiveram contato com alguma DST recentemente, e para aqueles que tiveram relações sexuais recentes com homens ou mulheres trans.
As ISTs são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão também pode ser transmitida da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 milhão de infecções sexualmente transmissíveis são adquiridas todos os dias em todo o mundo, a maioria das quais são assintomáticas.
Impasse
Até o momento, as análises são de um ensaio feito na França em 2017, e sugerem que o da pílula só se aplica a homens gays e bissexuais e mulheres transexuais. Estudos entre mulheres heterossexuais cisgênero estão em andamento. Outro ponto é que o remédio foi administrado dentro de 24 a 72 horas de sexo sem preservativo.
Outros dois estudos foram compartilhados na conferência sobre HIV nos EUA, realizada no início deste ano, estão sob revisão para publicação.
Em ambos os ensaios, o doxyPEP foi muito eficaz na redução de DSTs bacterianas. No estudo francês, a pílula conseguiu diminuir as infecções pela metade e em dois terços no estudo americano.
Nos próximos meses, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, em colaboração com os investigadores do estudo e outros parceiros, disseram que revisarão os dados, tanto para desenvolver orientações clínicas provisórias, quanto para delinear as principais questões de pesquisa adicionais no futuro.
No Ar: Pampa Na Tarde