Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

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Um novo estudo aponta que a exposição à luz pode impactar negativamente a saúde mental. Para chegar a essa afirmação, os cientistas analisaram os dados de 86 mil indivíduos, através do UK Biobank.

Os autores afirmam que a exposição à luz diurna e noturna é um fator ambiental importante que contribui para o risco de um indivíduo para determinados distúrbios. Conforme indica o estudo, um relógio biológico desregulado aumenta as chances de uma saúde psiquiátrica mais precária.

Nos experimentos, os participantes smartwatches com sensores de luz embutidos. Esses sensores não diferenciavam entre luz natural e artificial, e depois de um semana, os participantes foram classificados e divididos em quatro grupos com base em sua exposição à luz. Eles também relataram condições de saúde mental por meio de um questionário.

Os participantes que tiveram maior exposição eram 34% mais propensos a ter transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), o que causa dificuldades para dormir. Independentemente de quanto tempo as pessoas dormem ou acordam durante a noite, a exposição à luz noturna prevê maior risco dessa condição, uma vez que essas pessoas costumam ter pesadelos e podem encontrar conforto dormindo com a luz acesa.

Isso gera uma bola de neve: a exposição à luz pode ter um efeito direto na ansiedade, levando a um sono mais pobre e um efeito direto no relógio biológico, que contribuem para piores resultados psiquiátricos”.

Já aqueles com maior exposição à luz diurna foram 18 a 31% menos propensos a ter transtorno depressivo maior, comportamentos de automutilação, transtornos de estresse pós-traumático ou experiências psicóticas, em comparação com os participantes com menor exposição à luz diurna.

Luz azul

Está é para quem passa muito tempo exposto à luz emitida pela tela do celular: um estudo do Departamento de Biologia Integrativa da Universidade Estadual do Oregon, nos EUA, aponta que isso pode acelerar o envelhecimento. Ah, e TVs e notebooks também estão na lista de dispositivos de risco.

No experimento, os cientistas expuseram drosófilas — as populares moscas de fruta — a quantidades excessivas de luz azul. Isso fez que os níveis de metabólitos de suas células mudassem, o que causou a morte prematura dessas células. Os pesquisadores apontam que os metabólitos celulares têm as mesmas funções em seres humanos e em drosófilas.

Durante o estudo, os pesquisadores observaram a taxa de sobrevivência das moscas de fruta na escuridão e, depois, em um ambiente com luz azul constante. A avaliação dos insetos foi realizada em idades progressivamente avançadas: as transições do escuro para a luz ocorreram a dois, 20, 40 e 60 dias.

Como o processo de envelhecimento é o resultado da morte das células, a preocupação com o prejuízo causado à saúde humana pela exposição prolongada à luz artificial é crescente. “Os efeitos da luz azul em humanos ao longo da vida ainda não são completamente conhecidos, mas o envelhecimento acelerado em organismos de vida curta deve alertar para o potencial de dano”, diz Jadwiga Giebultowicz, que estuda relógios biológicos e liderou a pesquisa.

A luz LED hoje é a principal em telas de smartphone, computadores e TVs, bem como no ambiente. “Muitos humanos são expostos à luz azul da iluminação LED durante boa parte do dia”, destaca Jadwiga. “O estudo mostra que a exposição crônica à luz azul pode prejudicar as vias de produção de energia, mesmo em células que não são especializadas em detectar luz.”

Há, entretanto, uma diferença entre a alta quantidade de luz azul à qual as drosófilas foram expostas e os níveis emitidos pelos aparelhos celulares. “O estudo sugere que evitar a exposição excessiva à luz azul pode ser uma boa estratégia antienvelhecimento”, informa Jadwiga. Outras pesquisas apontam que a luz azul danifica células cerebrais e oculares de drosófilas.

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