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Por Redação Rádio Pampa | 17 de fevereiro de 2022
Uma exposição de Paris está mostrando os manuscritos da obra “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry pela primeira vez em sua terra natal, a França, ao lado de dezenas de gravuras que mostram os talentos do autor como ilustrador.
O manuscrito em língua francesa de “Le Petit Prince”, um dos livros mais amplamente traduzidos do mundo, é pertencente à Biblioteca e Museu Morgan em Nova York, onde Saint-Exupery escreveu o livro em 1942.
A mostra também inclui aquarelas e desenhos, assim como fotos e trechos de correspondências que mostram que Saint-Exupéry foi um artista gráfico sagaz, com um gosto especial por traços simples.
“É tocante ver como Saint-Exupéry precisava desenhar para se expressar. Ele é conhecido como escritor e aviador, mas aqui também o descobrimos como ilustrador”, diz Anne Monier Vanryb, curadora do Museu de Artes Decorativas de Paris.
A exposição mostra rascunhos do pequeno príncipe com um cachorro, um periquito, e um caramujo, ao invés da personagem raposa da história, além dos desenhos originais dos personagens do livro.
As cartas à sua mãe mostram Saint-Exupéry pedindo sua opinião sobre os desenhos, e expressando dúvidas sobre se eles seriam bons o bastante.
“Saint-Exupéry estava muito orgulhoso do fato de que a folha de rosto do livro especificava que as ilustrações eram do autor, já que sentia que era um feito ter conseguido ilustrar a obra ele mesmo”, diz Monier Vanryb.
A exposição “Encontro com o Pequeno Príncipe”, que estará aberta até 26 de junho, é formada por diversos objetos do escritor e aviador.
História
O conto foi escrito em 1942 nos Estados Unidos, em Nova York e em Asharoken, uma cidade costeira de Long Island (nordeste).
Quando, em abril de 1943, Saint-Exupéry deixou os Estados Unidos para combater as tropas nazistas, deu o manuscrito à sua companheira, a jornalista Sylvia Hamilton, que o vendeu à Morgan Library & Museum de Nova York 25 anos depois.
Esse museu emprestou algumas das folhas mais importantes desse tesouro literário, incluindo as aquarelas originais, pintadas pelo próprio Saint-Exupéry, que representam o asteroide do Pequeno Príncipe – que é a capa do livro – e outra na qual o Pequeno Príncipe aparece com seu longo casaco vermelho.
A mostra capta toda a profundidade da inspiração que levou a esta obra-prima, desde a infância de Saint-Exupéry e uma carta escrita para aquela que mais tarde seria sua esposa, Consuelo, em 1930, na qual ele menciona “um menino que descobriu um tesouro” e “tornou-se melancólico”, até os esboços em que moldou o herói.
O aviador, desaparecido durante uma missão no mar Mediterrâneo em julho de 1944, não viveu para ver o sucesso planetário de sua obra.
Mas, no fim de sua vida, na qual o livro havia sido editado apenas nos Estados Unidos, em inglês e francês, “a personagem e o autor acabaram se confundindo”, explicou a curadora da exposição, Anne Monier-Vanryb.
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