Domingo, 08 de Setembro de 2024

Home Geral Festa de aniversário: presença de político que liderou o impeachment de Dilma causa incômodo em petistas

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A presença do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha na recente festa de aniversário do deputado Elmar Nascimento (União-BA) causou incômodo em petistas. Cunha foi o algoz de Dilma Rousseff no processo de impeachment da ex-presidente e mantém nas suas redes a frase “Tchau, querida”, em referência à petista.

Para integrantes da bancada do partido no Congresso Nacional, o mais simbólico da festa foi a aproximação de Cunha com Elmar. Nas palavras de um parlamentar, quando a figura do ex-presidente da Câmara aparece, “é um filme que passa na cabeça do petismo”.

Líder da bancada do União Brasil, Elmar é um dos principais pré-candidatos a sucessor de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. Como a eleição está prevista para o início de 2025, os deputados cotados para concorrer ao cargo já fazem campanha nos corredores.

A festa de Elmar ocorreu na noite da quarta-feira, 10, ao ar livre, num terreno de uma casa em Brasília. A celebração reuniu ministros, senadores, deputados, governadores e demais autoridades. Para algumas pessoas que estiveram no evento, os principais acontecimentos foram a aparição do ministro da Casa Civil, Rui Costa, adversário político de Elmar na Bahia, e o aperto de mão entre Lira e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Mas a ida de Cunha chamou mais a atenção dos petistas. O ex-deputado foi o algoz da ex-presidente Dilma Rousseff, com a insistência em pautas-bomba e a condução do impeachment de 2016. Cunha mantém nas suas redes sociais a frase “tchau, querida”, em referência à petista.

No mesmo ano da deposição de Dilma, o então parlamentar foi cassado por 450 votos a 10, acusado de ter mentido ao dizer que não tinha contas no exterior, num depoimento a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Ele ficaria inelegível até 2027, mas teve o direito de se candidatar em 2022, após uma decisão judicial. Naquele pleito, não se elegeu deputado.

Neste ano, Cunha foi um dos principais articuladores da ofensiva para libertar o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), em abril. O parlamentar fluminense foi preso pela Polícia Federal acusado de ter sido o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. A estratégia de Cunha teve a colaboração de Elmar, que defendeu publicamente que a Câmara votasse pela soltura. Por uma diferença de 20 votos, contudo, os deputados mantiveram Brazão preso.

Para parlamentares do PT, a aparição de Cunha lembra o governo de que é preciso ter proximidade com Elmar, mas com cuidado. Nos bastidores, a proximidade entre os dois se tornou um fator a ser considerado pelo PT para decidir quem apoiar para a sucessão de Lira. O partido do presidente Lula ainda não tomou uma posição na disputa.

Segundo relatos, entre os cotados para a presidência da Câmara, o líder do União Brasil é o concorrente que mais tem abordado os petistas para que apressem o anúncio de apoio para a presidência da Câmara. A bancada, no entanto, acha que ainda é cedo. Os outros principais pré-candidatos são o líder do PSD, Antonio Brito (BA), e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). Também são citados como nomes que correm por fora os líderes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Dr. Luizinho (PP-AL) e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Há uma avaliação no PT de que a ida de Rui Costa não necessariamente significa um apoio do governo a Elmar Nascimento. O gesto pode ser considerado, também, como uma insinuação de que o PT vai para um lado, para depois escolher o sentido contrário. Na bancada, existe um sentimento de que o apoio a Brito é mais expressivo, embora alguns petistas defendam o nome de Elmar.

Junto ao “filme” de Cunha na cabeça do petismo, pesa contra Elmar o receio de petistas de dar superpoderes à bancada do União Brasil no Congresso. Como Davi Alcolumbre (União-AP) é o favorito para a presidência do Senado, a condução de Elmar à presidência da Câmara daria ao mesmo partido a direção das duas Casas Legislativas. A legenda já tem dois ministros no governo: Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo). Além deles, Waldez Góes foi indicado por Alcolumbre para o Desenvolvimento Regional.

Também entra na conta um descontentamento de parte dos parlamentares de várias bancadas com a possibilidade de o “estilo Lira” se prolongar. O “baixo clero” da Câmara se incomoda com a concentração de decisões nas reuniões de líderes, tradicionais nas terças-feiras. É usual que, na residência de Lira, as lideranças partidárias decidam quais pautas vão para o plenário, por vezes sob urgência e sem debate em comissões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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