Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 30 de novembro de 2024
“Ainda estou aqui” bateu mais uma marca importante: os 2 milhões de ingressos vendidos, nessa quinta-feira (28). Com isso, o longa está perto de superar “Minha irmã e eu” como a obra brasileira mais vista desde a pandemia. Entrando em sua quarta semana em cartaz, a produção já arrecadou aproximadamente 42 milhões nos cinemas brasileiros. Na última semana, o drama nacional superou os blockbusters “Wicked” e “Gladiador 2”.
Em corredores de shopping, em mesas de bar, em programas de TV, em redes sociais, um tema tem pontuado conversas Brasil afora: o drama nacional “Ainda estou aqui”. Sucesso de crítica, o filme de Walter Salles vem se destacando nas bilheterias, obtendo ótima média de público em suas três semanas em cartaz, com relatos de aplausos e muita emoção dentro e fora das salas de cinema.
“Apesar de não prestigiar com tanta frequência o cinema nacional, o filme foi muito midiatizado. Então me instigou a curiosidade”, disse a professora Margareth Gomes, que foi ao cinema acompanhada do casal de amigas Isabelle e Hannah. “Além disso, o filme revela um período crítico de política da História que parece muito contemporâneo. Isso também convida para vir e refletir sobre por que isso aconteceu e para que não volte a acontecer.”
O elenco de estrelas populares (como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro), o sucesso em festivais internacionais (como Veneza, de onde saiu com o prêmio de melhor roteiro), o fato de estar sendo cotado para mais de uma categoria no Oscar segundo a mídia especializada nos Estados Unidos… São muitos os fatores que têm elevado “Ainda estou aqui” ao título de filme da vez.
Rubens Paiva
A produção retrata o impacto numa família após o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar e a luta de décadas de sua mulher, Eunice Paiva, para comprovar sua tortura e morte. Em certo ponto da trama, a personagem principal, vivida por Fernanda Torres, reflete sobre a necessidade de se prestar contas com o passado, contestando os discursos sobre “seguir em frente sem olhar para trás” no pós-regime militar. Coincidentemente, o drama, uma adaptação de romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens, entra em cartaz num momento em que a anistia a envolvidos na tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 é pauta no Congresso e na sociedade civil.
Comemorando o resultado do longa nas bilheterias e seu impacto, Walter Salles destacou que o filme não é apenas sobre uma história de dor, mas de resiliência e reinvenção.
“O que mais nos sensibiliza é o fato de o público estar lotando as salas de cinema para viver uma experiência coletiva com um filme brasileiro. Para se olhar no espelho ao conhecer a história da família de Eunice e Rubens Paiva, e vivenciar uma parte desconhecida da história do Brasil”, disse o diretor. “As pessoas perceberam que a emoção que o filme suscita fica mais forte quando vivida coletivamente. É um prolongamento do cinema como um lugar de desvendamento do mundo. É por isso que nunca acreditei na morte do cinema.” As informações são do jornal O Globo.
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