Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2025

Home Política Fora de denúncia da Procuradoria-Geral da República, o presidente do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, recebe ligações de “parabéns” de bolsonaristas aliviados

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Minutos após a denúncia contra Jair Bolsonaro se tornar pública, o telefone do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, começou a tocar. Eram aliados comemorando que seu nome não estava no documento e lhe dando os “parabéns”. Se isso acontecesse, seria uma “grande injustiça”, ouviu Valdemar do outro lado da linha.

À frente do partido de Bolsonaro, Valdemar fora indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe no final do ano passado. Para os investigadores, ele tinha ciência das articulações golpistas e contribuiu com a tentativa de desestabilizar o processo eleitoral.

O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, chegou a conclusão diferente. Valdemar foi poupado juntamente com outros cinco indiciados. O presidente do PL é um velho conhecido da PGR e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Valdemar foi condenado no escândalo do mensalão a sete anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Teve sua prisão decretada pelo STF em 2013, mas ficou apenas onze meses preso.

Embora tenha sido indiciado pela Polícia Federal no ano passado pelos crimes de associação criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, o dirigente partidário não foi mencionado no documento de 272 páginas enviado ao Supremo.

Segundo o relatório da PF, Valdemar teria atuado “de forma coordenada” para manter Bolsonaro no poder, mesmo sabendo que as alegações de fraude eleitoral eram infundadas. O indiciamento apontava que ele participou da elaboração de um parecer apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que questionava a lisura das urnas eletrônicas. O documento, contudo, não havia embasamento técnico e foi rejeitado pela Corte eleitoral.

“Essa representação foi elaborada com a participação de diversos membros da organização criminosa, incluindo Carlos Rocha e Éder Balbino, com quem Valdemar mantinha contato direto”, destacou a PF na época.

No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que não há provas suficientes para denunciar o dirigente do PL. No entanto, a PGR ressaltou que a ausência do nome de Valdemar na denúncia não implica arquivamento definitivo do caso e que novas provas podem levar à retomada das investigações contra ele.

Outros nomes também ficaram de fora da denúncia, como o jurista Amauri Feres Saad, apontado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como responsável por apresentar uma minuta golpista a Bolsonaro, e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que teria participado das reuniões do grupo.

Além deles, o ex-assessor presidencial Tércio Arnaud Tomaz, suspeito de integrar o chamado “gabinete do ódio” e auxiliar na disseminação de notícias falsas, também não foi incluído na peça da PGR. Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal. As informações são do portal de notícias O Globo.

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