Quarta-feira, 23 de Outubro de 2024

Home Brasil Funcionário de clínica de reabilitação é acusado de torturar paciente até a morte em São Paulo

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A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réu o funcionário da clínica de terapia para usuários de drogas em Cotia, na Grande São Paulo, acusado de torturar um paciente até a morte no início do mês.

Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, é acusado de torturar Jarmo Celestino de Santana e responde ao crime preso preventivamente. Ele trabalhava monitor da Comunidade Terapêutica Efata, em Cotia, havia duas semanas. O julgamento ainda não foi marcado.

Jarmo tinha 55 anos e era paciente da clínica. Ele estava internado à força por decisão da família, desde 5 de julho. A morte dele foi confirmada no dia 8 de julho, quando acabou levado ferido, por funcionários da Efata, a um hospital em Vargem Grande Paulista, outro município da região metropolitana.

A vítima apresentava diversas lesões de agressões pelo corpo, não resistiu aos ferimentos e faleceu, segundo os médicos. O Instituto Médico Legal (IML) ainda não conseguiu apontar a causa da morte de Jarmo. O laudo necroscópico inicial foi inconclusivo. Os peritos médicos ainda aguardam resultados de exames toxicológicos para ajudar a saber exatamente o que o matou.

Mesmo assim, a Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que Jarmo morreu em razão das agressões que sofreu ao ser torturado por Matheus.

Matheus confessou aos policiais que bateu no paciente para contê-lo porque ele estava “transtornado psicologicamente” e em “surto”. O funcionário foi indiciado pela Polícia Civil por “tortura seguida de morte”.

Mais envolvidos

Além da confissão, Matheus afirmou no seu interrogatório à polícia que teve a ajuda de outras pessoas para imobilizar Jarmo. Falou que o casal Cleber Fabiano da Silva e Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição, que são enfermeiros e donos da Comunidade Efata, o ajudaram a conter o interno. A defesa dos dois nega e alega que eles não viram e nem participaram da tortura.

Matheus também disse à investigação que outras quatro pessoas (sendo quatro agentes de remoção de pacientes de uma empresa terceirizada e dois monitores da clínica) participaram diretamente das agressões contra o paciente. Segundo ele, o grupo ainda deu remédios para o interno ficar calmo.

Apesar disso, o relatório final da polícia e a denúncia do MP só apontaram Matheus como o único autor da tortura que matou Jarmo.

Tortura e reza

Matheus gravou o momento em que Jarmo aparece amarrado com as mãos para trás, preso a uma cadeira (assista mais acima). Nas imagens é possível ver outros quatro jovens rindo e zombando do paciente. Matheus ainda enviou uma mensagem de voz para uma pessoa confirmando ter agredido o interno: “Cobri no cacete”.

Em outros vídeos gravados por Matheus, ele aparece rezando no local com mais internos antes do crime. Jarmo não aparece nas imagens.

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