Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de novembro de 2022
Funcionários do Twitter no Brasil estão sem direção em meio à onda de demissões realizada por Elon Musk nesta sexta-feira (4). Enquanto assistem a outros colaboradores serem desligados da companhia nos Estados Unidos, os empregados no País passaram a sexta sem acesso aos sistemas internos da companhia, incluindo e-mail corporativo.
“Estamos em um limbo”, afirma em condição de anonimato ao Estadão um funcionário da empresa no Brasil. Equipes inteiras estão sem trabalhar nesta sexta, à espera de mais informações. Segundo outras pessoas contaram à reportagem, informações sobre a situação da companhia têm sido obtidas pela imprensa.
Não é possível dimensionar a parcela das pessoas em suspenso nem as áreas afetadas. Ao todo, segundo apurou o Estadão, há entre 100 e 150 pessoas trabalhando na matriz do Twitter no Brasil, com produto, operação, comunicações, vendas e jurídico – o departamento de tecnologia é alocado nos Estados Unidos.
O “limbo” não tem previsão de terminar. O último comunicado do Twitter aos funcionários no Brasil foi enviado ao e-mail pessoal dos colaboradores por volta das 4 horas da madrugada desta sexta. O documento, escrito em inglês, afirma que a empresa está “conduzindo uma redução na força de trabalho para melhorar a saúde da companhia”.
“Essas decisões nunca são fáceis e é com grande pesar que informamos a você que seu papel no Twitter foi identificado como potencialmente impacto ou sob risco de redundância”, continua a carta. “Iremos compartilhar mais informações com você assim que possível”.
A empresa afirma que a suspensão das credenciais internas é para proteger as informações confidenciais da companhia. “Essa suspensão não significa que sua empregabilidade foi encerrada”, explica o Twitter.
Para um ex-funcionário que saiu da empresa antes do início da compra ser anunciada, essa falta de clareza na comunicação “rompe o padrão de comportamento” do Twitter. “Sempre foi uma empresa focada no bem-estar de seus funcionários”, continua. “Esse e-mail é de uma frieza cruel”, critica. Outro funcionário classificou o processo como “tortura”.
Clima de despedida
Internamente, os funcionários já contam que estão demitidos ao verem que a sede nos Estados Unidos extinguiu departamentos inteiros, como o time de curadoria de conteúdo, responsável por elaborar os “Moments”, onde um assunto é dissecado a partir de tuítes de terceiros.
Nas redes sociais, funcionários agradecem pelo tempo juntos, com as hashtags “OneTeam” (Um time, em tradução livre) e “LoveWhoYouWorkWith” (ame com quem você trabalha). Ainda assim, nas mensagens, não é informado o desligamento oficial.
A falta de clareza por parte da direção pode ter motivo: a legislação trabalhista brasileira exige indenizações para as demissões, ao contrário das leis nos Estados Unidos. Por isso, funcionários acreditam que os cortes aqui devem demorar para serem oficializados.
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