Sábado, 21 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 26 de junho de 2022
Em uma postagem recente em suas redes sociais, Gilberto Gil escreveu sobre se tornar ancestral e ser eternizado: “O legado é esse, qualquer fragmento é parte da totalidade”. Hoje, se tornou comum os admiradores o classificarem como um “orixá vivo” entre nós. E a essa prática ele responde com serenidade: “E qual é o problema? É deles que eu venho”.
Neste domingo (26), Gilberto Gil completa 80 anos e a maior de todas as certezas é que ele se consolidou como um dos maiores artistas da música brasileira.
Gilberto Passos Gil Moreira é tradição. Sua canção passeia por uma Salvador do passado, onde negros não entravam nos clubes sociais nem pelas portas de serviço. Ao mesmo tempo, ele é a cara da atualidade, seja ao se engajar nas causas sociais ou na dancinha da Galinha Pintadinha ao lado da neta.
Imortal da Academia Brasileira de Letras, ex-ministro da Cultura do Brasil, Gil é dono de uma das maiores trajetórias culturais da história do Brasil. “A importância de Gil está além do musical e dos trabalhos desenvolvidos. Ele integra uma geração de artistas ícones”, comenta Carol Morena, produtora cultural e curadora de festivais .
Morena acredita a força de Gilberto Gil está no conjunto da sua história, o que envolve a música, suas lutas sociais e a participação política. “Fico em dúvida se a gente vai ter artistas que carregam tanto do que ele carrega”, completa.
O jornalista Osmar Marrom Martins, amigo da família Gil, vê no artista a tranquilidade que o próprio cantor trouxe para Dorival Caymmi na canção Buda Nago. “”Gil é uma pessoa tranquilíssima. É zem, sem vaidade e estrelismo. Trata todo mundo bem.”
Fã declarado, Martins o define como “homem de uma obra maravilhosa”. A referência a Gil como um dos gigantes da música brasileira encontra eco na voz de quem caminhou ao lado dele em diversos momentos. O amigo Caetano Veloso, por exemplo, coloca em Gil a grandeza de ter estado à frente do movimento tropicalista.
“O tropicalismo se deve a Gilberto Gil. Ele voltou com a ideia de organizar um projeto muito nitidamente pensado (…) queria fazer uma coisa que pusesse em cheque essa cultura que fazíamos parte. Ele queria propor isso para todos os músicos da nossa geração. Marcou vários encontros e falava com as pessoas. Gil quem trouxe a ideia de fazer essa coisa organizadamente, programática, que veio a dar no que se chamou de tropicalismo”, conta em depoimento do Museu Virtual de Gil.
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