Quinta-feira, 13 de Março de 2025

Home Saúde Gordura no fígado: saiba como prevenir doença e qual dieta fazer, segundo orientação de especialistas

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A gordura no fígado é uma doença silenciosa, sem sintomas aparentes, que atinge cerca de 25% da população mundial, segundo a Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA. Em alguns casos, a condição permanece estável e sem complicações, mas pode evoluir e causar problemas mais graves. As causas ainda não são totalmente compreendidas, mas especialistas apontam que estão ligadas ao estilo de vida e à saúde geral do indivíduo.

Para Fabio Nachman, chefe do Serviço de Gastroenterologia do Hospital Universitário Fundação Favaloro, em Buenos Aires, na Argentina, a gordura no fígado é “um termo geral usado para denominar um conjunto de patologias ou condições que, como o nome indica, têm como principal característica o excesso de gordura armazenada nas células do fígado”. Essa condição, “para algumas pessoas não gera sintomas nem piora, porém para outras pode causar problemas de saúde”, explicam na Clínica Cleveland.

O fígado é o órgão interno mais volumoso do corpo: seu tamanho é semelhante ao de uma bola de futebol americano e está localizado na parte superior direita do abdômen, abaixo do diafragma e acima do estômago, conforme descrito pela Clínica Mayo. A função dele é vital para o organismo: digerir alimentos, eliminar substâncias tóxicas e sintetizar proteínas.

Surgimento

Segundo Esteban González Ballerga, o chefe do Serviço de Gastroenterologia do Hospital de Clínicas, considera-se gordura no fígado quando o órgão acumula mais de 5% de gordura em seu tecido. O importante nesses casos é como se manifesta, que pode ser por duas maneiras. Uma delas é a esteatose simples, uma condição que não produz nenhuma afecção e não envolve inflamação nem dano hepático.

Por outro lado, “em aproximadamente 10% dos pacientes, essa condição evolui para o que se conhece como esteatohepatite não alcoólica”, pontua Valeria Descalzi, chefe de Hepatologia da Unidade de Hepatologia e Transplante Hepático do Hospital Universitário Fundação Favaloro. Quando ocorre, o fígado se inflama e, a longo prazo, “pode desenvolver uma fibrose”, avalia a especialista.

A condição está relacionada à formação de uma grande quantidade de cicatrizes “que vão se formando ao longo dos anos para reparar as células danificadas”, explica. Quando há excesso de cicatrizes, “o fígado fica totalmente danificado. Esse estágio final é denominado cirrose e a situação é irreversível”, indica a especialista.

Causas

Para Nachman, as causas são multifatoriais e estão associadas tanto ao estilo de vida quanto à saúde das pessoas. Nesse sentido, Descalzi concorda e revela que os principais fatores de risco são três. O primeiro é a obesidade, porque “ao ter maior porcentagem de gordura corporal, aumenta o nível de insulina e, consequentemente, os ácidos graxos se depositam no fígado”, diz a hepatóloga. Em segundo lugar, destaca-se a diabetes tipo 2 e a resistência à insulina; e em terceiro, o sedentarismo.

Para o especialista, o problema surge de uma dieta baseada no consumo excessivo de calorias, gorduras saturadas, frituras e altos níveis de açúcar. Além disso, com altas concentrações de gorduras no sangue, como colesterol LDL (ruim) ou triglicerídeos, a probabilidade de desenvolver fígado gorduroso também aumenta.

Prevenção e tratamentos

“Quando há fibrose, já não há retorno. Se o quadro é apenas fígado gorduroso inflamado, a situação pode ser revertida”, afirma Nachman. Como ainda não há nenhum medicamento específico para tratar a condição, o gastroenterologista explica que o tratamento se resume em melhorar certos aspectos do estilo de vida. A recomendação tanto para tratar quanto para prevenir a gordura no fígado é perder peso por meio de um plano alimentar e de atividade física adequada, esclarece.

Recomenda-se abandonar o sedentarismo e fazer exercícios de três a quatro vezes por semana durante 45 minutos. Dessa forma, combate-se a obesidade e evita-se a acumulação de gordura — avalia Descalzi.

Em relação à atividade indicada, os especialistas destacam que não há consenso claro sobre se é melhor fazer aeróbico ou musculação, uma vez que nem todas as pessoas podem fazer o mesmo. Eles ressaltam que o importante é manter-se em movimento.

Quanto à ingestão de alimentos, Descalzi enfatiza a necessidade de consumir uma dieta saudável e equilibrada:

“A dieta mediterrânea é uma das mais indicadas por ser rica em antioxidantes, graças ao consumo de frutas e vegetais; por ser alta em fibras, devido ao aporte de leguminosas, sementes e cereais integrais; e por fornecer ômega 3. Além disso, é baixa em açúcares”, detalha a especialista, que também recomenda evitar o consumo de álcool e de bebidas açucaradas e carbonatadas.

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