Domingo, 22 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de outubro de 2021
Em 1981, a rivalidade Brasil-Argentina também se mostrava nas pistas da Fórmula 1. Em um circuito montado no estacionamento de um hotel em Las Vegas, Estados Unidos, a temporada chegava ao fim com m resultado que marcaria época: o primeiro dos três títulos mundiais conquistados na modalidade pelo brasilero Nelson Piquet, de então 29 anos.
Com um quinto lugar na corrida, o carioca chegava na frente do argentino Carlos Reutemann, oitavo colocado e que amargaria o vice-campeonato. Foi dessa forma que o brasileiro festejou seu primeiro dos três títulos da categoria.
A prova que consagrou o primeiro título mundial de Piquet foi a 49ª de sua carreira. Somando todas as suas corridas desde a estreia na F-1, o piloto brasileiro fechou o ano com seis vitórias e um total de 107 pontos conquistados.
Cercado pelos torcedores brasileiros que invadiram a pista, Piquet ficou chorando por um bom tempo no carro e precisou do auxílio dos mecânicos para sair do cockpit. Na entrevista, agradeceu à família e ao seu estafe, e disse estar muito emocionado. Em seguida, foi dominado por um silêncio que o levou às lágrimas.
Mas além das marcas alcançadas ao longo de sua trajetória, Piquet também deixou um legado de inovações. Isso inclui a utilização dos pit-stops nas provas, o reabastecimento dos carros e o aquecimento dos pneus com mantas elétricas.
Em um trajetória também marcada por polêmicas, Piquet foi um dos maiores nomes da categoria em todos os tempos, em uma galeria que inclui o também paulista Ayrton Senna (1960-1994). Além de 1981, ele levantou os canecos de 1983 e 1987. Antes dele, o paulista Emerson Fittipaldi já havia vencido as temporadas de 1972 e 1974.
Com cinco anos de idade a mais, Fittipaldi chegou a dividir as pistas e também o seu último pódio da carreira com Piquet, em 1980. Atualmente morando na Europa, ele ressalta a importância do título do colega e sucessor:
“O título de 1981 foi muito importante para o automobilismo nacional. Criou um prestígio absurdo para todos nós na F-1, de forma que o piloto passou a ser reconhecido e essa valorização foi em todo o mundo. O Nelson foi a confirmação do piloto brasileiro depois de mim”.
Feliz por ser reconhecido pelo próprio Piquet como um símbolo do automobilismo no País, Fittipaldi elencou as qualidades que levaram o brasileiro ao seu primeiro título mundial quatro décadas atrás:
“Ele nos representou muito bem. É talentoso, é técnico e gosta de carros. Para quem é três vezes campeão do mundo, não precisa falar mais nada. Após o título de 81, o piloto passou a ser tão valorizado como são os nossos jogadores de futebol”.
Superação
Além da perícia ao volante de um carro Brabham-Ford BT-49C, a conquista do primeiro de seus três Mundiais teve ainda uma outra marca: a superação. Debilitado por dores nas costas e nos ombros, Piquet precisou de ajuda da equipe para deixar o cockpit em meio às comemorações dos torcedores após o Grande Prêmio que definiu o título a seu favor.
O desfecho da temporada contra o quase quarentão Carlos Reutemann teve contornos de dramaticidade até a última corrida do ano. O piloto de 39 anos da Williams teve, em 1981, a chance derradeira de se tornar campeão pela primeira vez. Somente um ponto separou Piquet do rival argentino na classificação geral (50 a 49). Ao todo, o brasileiro obteve três vitórias e fez quatro poles.
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