Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de janeiro de 2025
O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin al-Qassam, divulgou um vídeo de Liri Albag, uma das 251 pessoas feitas reféns pelo grupo durante seu ataque terrorista contra Israel em outubro de 2023. A divulgação ocorre no momento em que as autoridades do Hamas e israelenses realizavam novas rodadas de negociações, mediadas pelo Catar, para um cessar-fogo.
O vídeo divulgado no sábado (4) foi editado e mostra Albag, de 19 anos, falando por cerca de três minutos e meio. Nele, a jovem aparece com os cabelos soltos e uma roupa verde. O fundo é preto e Albag parece estar sentada, com as mãos sobre o colo. Ela disse que foi mantida em cárcere por mais de 450 dias e faz referências ao ano-novo, embora o vídeo não dê indícios de quando foi gravado.
Em uma declaração, a família de Albag disse que “seu grave sofrimento psicológico é evidente” no vídeo, e que a filmagem “despedaçou nossos corações”. Eles pediram às lideranças israelenses que “tomassem decisões como se seus próprios filhos estivessem lá”.
“Ela está a apenas dezenas de quilômetros de nós, mas há 456 dias não conseguimos trazê-la para casa”, disse a família.
O ministro Israel Katz informou aos pais de Albag sobre “os esforços em curso para libertar os reféns, principalmente da delegação israelense que viajou na sexta-feira para participar das negociações no Catar. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu “deu instruções precisas para continuar as negociações”, acrescentou.
Albag serviu em uma unidade de vigias encarregada de monitorar possíveis ameaças ao longo da fronteira com Gaza. Durante o ataque liderado pelo Hamas, combatentes palestinos invadiram a base militar onde ela servia, matando mais de 60 soldados e sequestrando Albag e outras seis mulheres.
Uma delas foi resgatada com vida, enquanto o corpo de outra, que teria morrido em cativeiro, foi recuperado durante uma operação, informou o Times of Israel. Além de Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Naama Levy, e Daniella Gilboa permanecem como reféns.
Grupos de direitos humanos disseram que a prática do Hamas de fazer e liberar vídeos de reféns era um tratamento desumano que poderia ser considerado um crime de guerra. As autoridades israelenses rotularam a prática como uma forma de guerra psicológica.
Cerca de cem reféns ainda estão sendo mantidos na Faixa de Gaza, quase 15 meses após os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que provocaram a guerra de Israel no território. As conversações para libertá-los foram interrompidas desde uma trégua de uma semana em novembro de 2023, que permitiu a libertação de 105 prisioneiros israelenses e estrangeiros. Desde então, 96 pessoas ainda estão presas em Gaza e, entre elas, 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Trump pressiona
Os dois lados estão sob pressão do presidente eleito Donald Trump para chegar a acordos sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns o mais rápido possível. Trump advertiu que “PAGARÃO CARO”, a menos que os reféns sejam libertados até sua posse em 20 de janeiro.
Mas Trump não detalhou como resolveria o impasse entre Israel e o Hamas. Ambos os lados expressaram demandas aparentemente irreconciliáveis em seus meses de negociações, frustrando vários esforços diplomáticos do governo Joe Biden.
Na noite de sexta-feira (3), o Hamas disse que suas autoridades estavam retomando as reuniões na capital do Catar, Doha, para chegar a um acordo de cessar-fogo com Israel para libertar os reféns. Em um comunicado, o grupo reiterou suas exigências de longa data para que Israel encerre a guerra e se retire de Gaza.
Israel disse na semana passada que também estava enviando uma delegação de oficiais de segurança de nível médio para se reunir com mediadores no Catar. Mas não está claro se os líderes israelenses estão dispostos a cumprir as condições do Hamas. Netanyahu prometeu que a guerra não terminará até que o Hamas seja destruído em Gaza. O principal porta-voz do Exército, o contra-almirante Daniel Hagari, já advertiu que não é possível eliminar o Hamas por meio de guerra, porque se trata de uma ideologia.
As famílias dos reféns israelenses temem que cada dia que seus entes queridos permaneçam em cativeiro possa ser o último. Após a divulgação do vídeo com Albag, o Hostages Families Forum Headquarters, um grupo de defesa, pediu a ambos os lados que cumprissem o prazo de Trump.
“Cada dia no inferno do Hamas em Gaza representa um risco imediato de morte para os reféns vivos”, disse o grupo em um comunicado. “Restam dezesseis dias até o ultimato estabelecido pelo presidente eleito Trump. Não podemos perder essa janela histórica de oportunidade.”
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