Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024

Home Saúde Incomodado com os “pneuzinhos”? Veja mitos e verdades sobre a gordura abdominal e como combatê-la

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Perder aquela “barriguinha” insistente é uma das metas mais buscadas pelos brasileiros com a chegada do verão. Mas o acúmulo de gordura abdominal vai além de uma questão estética: ele pode ter impactos significativos para a saúde, aumentando o risco de doenças cardíacas e metabólicas, como hipertensão arterial e diabetes.

Há dois diferentes tipos de gordura que se alojam na região:

Gordura subcutânea: É a gordura localizada logo abaixo da pele e está presente em várias partes do corpo, como coxas, braços e, também, na região abdominal. Embora não esteja diretamente associada a problemas de saúde graves, seu excesso pode contribuir para o aumento do peso corporal e para o surgimento do que muitas pessoas chamam de “pochete”.

Gordura visceral: É a gordura localizada entre os órgãos internos, como fígado, pâncreas e intestinos. Diferente da gordura subcutânea, está ligado ao desenvolvimento de doenças metabólicas, como hipertensão e diabetes tipo 2. Ela forma uma “barriga dura”, ou o que se costuma chamar de “barriga de chope”, que não dobra como a gordura subcutânea e é mais difícil de perder.

Como e onde a gordura será acumulada depende de fatores hormonais, genéticos e de estilo de vida.

“Existem famílias que acumulam gordura no corpo todo e outras que acumulam predominantemente na região central. E os hormônios femininos, por exemplo, promovem um formato com mais quadril e coxas, protegendo um pouco contra a gordura visceral”, explicou Maria Edna de Melo, Endocrinologista do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

“Mas um vilão, amplamente reconhecido, é o álcool. O consumo de álcool provoca uma mudança na distribuição de gordura, elevando o acúmulo central”.

Como perder a barriga?

Nosso corpo acumula gordura quando ingerimos mais calorias do que conseguimos gastar no dia a dia, explica a especialista. Esse excedente de calorias é armazenado, e, dependendo da predisposição genética ou hormonal de cada pessoa, a barriga se torna o principal “depósito”.

Para perder barriga, é preciso seguir o caminho aposto e consumir menos calorias do que se gasta, criando o chamado déficit calórico.

“Para isso, é importante ficar atento, principalmente à alimentação. Controlar o estímulo, ou seja, evitar ficar muito exposto a alimentos ultraprocessados, açúcar. Se o alimento está disponível, a gente acaba comendo”, afirma Maria Edna de Melo.

Mitos e verdades

“É mais difícil emagrecer na barriga do que em outras regiões”

Na verdade, não é bem assim. Embora a gordura abdominal seja considerada mais prejudicial à saúde do que a gordura distribuída pelo corpo, ela tende a ser reduzida mais rapidamente durante o processo de emagrecimento.

“Quando perdemos peso, a gordura abdominal é a primeira a ser eliminada porque possui uma atividade lipolítica (processo de quebra de lipídios ou gorduras no organismo) mais elevada e sensível do que a que se concentra em regiões como coxas ou quadril”, explica Maria Edna de Melo, do HC.

“É possível prever em quanto tempo eu vou perder a barriga”

Desconfie de dietas milagrosas que prometes o desaparecimento quase instantâneo da gordura abdominal. Na verdade, cada indivíduo responde de um jeito ao emagrecimento.

“Vai depender muito, por exemplo, de como que está a alimentação da pessoa, se ela tem um basal maior [capacidade maior de queimar calorias em repouso] e, claro, do peso inicial. Para uma pessoa de perder 100 kg, perder 7kg é uma coisa. Já para alguém que tem 70 kg ,7kg é 10% do peso, é bem diferente e mais difícil”, explica a especialista.

“Dormir mal engorda”

A privação de sono pode contribuir para o ganho de peso, pois altera os ritmos hormonais do corpo.

“Por exemplo, quem sofre de apneia do sono, condição frequentemente associada ao aumento de gordura visceral, tende a apresentar níveis elevados de cortisol. O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, favorece o acúmulo de gordura, especialmente na região visceral”, conclui a endocrinologista. (AG)

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