Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Home Política Indiciamento de Bolsonaro repercute na imprensa internacional

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A imprensa internacional está repercutindo o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por uma tentativa de golpe no Brasil. Em um comunicado nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) informou que todos são investigados por crimes como abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa.

De acordo com as investigações, após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, formou-se uma organização criminosa para tentar manter o então presidente no poder. A investigação começou em 2023 e foi concluída dois dias após a PF prender quatro militares e um policial federal suspeitos de tentarem matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Veja como os veículos de imprensa internacional noticiaram o indiciamento.

O jornal “The New York Times”, dos Estados Unidos, afirmou que as acusações contra Bolsonaro “agravam significativamente os problemas legais” do ex-presidente e demonstram a extensão do que as autoridades afirmam ser uma tentativa de golpe de Estado.

“As autoridades afirmaram que Bolsonaro, junto com dezenas de assessores próximos, ministros e líderes militares, participou de um plano para reverter os resultados das eleições”, cita a reportagem.

O “The New York Times” também destacou que Bolsonaro está inelegível até 2030 e enfrenta outras investigações, envolvendo uma suposta fraude no cartão de vacina contra a Covid-19 e o caso das joias.

O também americano “The Washington Post”, ao ouvir um professor de ciência política, citou que as investigações enfraqueceram Bolsonaro como líder da direita no Brasil. A reportagem também destacou o envolvimento de pessoas do círculo do ex-presidente na investigação.

“Dezenas de ex-assessores e assessores atuais de Bolsonaro também foram indiciados, incluindo o general Walter Braga Netto, que foi seu companheiro de chapa na campanha de 2022”, diz o texto.

Já o jornal “El País”, da Espanha, destacou que, durante o mandato, Bolsonaro “flertava repetidamente” com a ameaça da ruptura democrática. Como exemplo, a reportagem cita que o ex-presidente se recusou a reconhecer a vitória de Lula nas eleições de 2022.

“O ultradireitista pretendia ignorar o resultado das eleições e impedir que o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva retornasse ao poder. Junto com o homem que governou o Brasil entre 2019 e 2022, outras 36 pessoas estão acusadas, incluindo dois generais da reserva que foram ministros de seu governo.”

O jornal “La Nación”, da Argentina, destacou que entre os investigados está o argentino Fernando Cerimedo, que já trabalhou como consultor do presidente Javier Milei. A reportagem afirma que, segundo a PF, existem indícios suficientes de uma organização criminosa que atuou para manter Bolsonaro no poder.

O argentino “Clarín” informou que o documento da Polícia Federal encerra a primeira fase da investigação “sobre os supostos complôs subversivos desenvolvidos por Bolsonaro” e pessoas próximas.

“A solicitação para processar 37 suspeitos – cabeça e coração da administração anterior – foi enviada ao juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes”, cita a reportagem. O jornal relembra ainda que não houve pedido de prisão contra Bolsonaro.

O jornal britânico “The Guardian” informou que Bolsonaro nega ter envolvimento em uma tentativa de reverter os resultados das eleições de 2022. A reportagem relembra ainda que o ex-presidente deixou o Brasil poucos dias antes do fim do mandato dele.

“Lula está no poder, mas a ameaça da extrema direita à sua administração permanece. Na noite da última quarta-feira, um membro do partido político de Bolsonaro foi morto após aparentemente se explodir com explosivos caseiros enquanto atacava o Supremo Tribunal Federal”, afirma.

O jornal francês “Le Monde” resumiu o relatório da Polícia Federal, afirmando que o indiciamento de Bolsonaro também atinge ex-ministros de governo e o então chefe do serviço de inteligência brasileiro. O veículo também destacou um post que o ex-presidente fez em uma rede social.

“Jair Bolsonaro acusou o juiz responsável pela investigação de agir fora ‘da lei’. O juiz Alexandre de Moraes ‘faz tudo o que a lei não diz’, escreveu o ex-presidente no X (anteriormente Twitter). O relatório deve ser encaminhado pelo Supremo”, diz a reportagem.

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