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Por Redação Rádio Pampa | 19 de maio de 2022
O Instituto Butantan, de São Paulo, anunciou que uma nova variante recombinante do Sars-CoV-2, vírus causador da covid, chamada de XG, foi identificada pelo monitoramento genômico da instituição. A mutação foi descoberta na amostra de uma mulher, de 59 anos, moradora da cidade. Ainda não há informações sobre sintomas, histórico de viagem e esquema vacinal da paciente. A nova variante é resultado de uma mistura genética entre as subvariantes BA.1 e BA.2 da ômicron.
Uma variante de recombinação surge quando uma mesma pessoa é infectada simultaneamente por duas cepas diferentes, ou duas sublinhagens da mesma variante, que misturam seu material genético dentro do organismo do paciente. É um processo comum entre os vírus, que já aconteceu outras vezes durante a pandemia.
O Butantan explica que a combinação na XG é a mesma observada na variante XE, da BA.1 com a BA.2, detectada no Brasil no início de abril, porém com algumas mutações diferentes, que levam à nova categorização. Porém, pesquisadores do Instituto reforçam que ainda não há motivo para preocupação, já que é normal encontrar novas variantes e não se sabe ainda se ela é mais transmissível, mais agressiva ou tem maior escape à imunidade por infecção prévia ou vacina.
“Todas as variantes recombinantes ainda necessitam de mais atenção nesta questão de disseminação. Há no mundo apenas 205 sequências da XG e isso é pouco em relação à população mundial e ao número de variantes que estão circulando”, explica a bioinformata da Rede de Alerta de Variantes do Instituto Butantan Gabriela Ribeiro.
A maioria dos casos de infecção pela XG foram registrados na Dinamarca, mas também há relatos na Alemanha e no Reino Unido. Até que tenham a capacidade de substituir a cepa predominante, as novas mutações não representam grandes riscos para uma nova onda da doença. No Brasil, segundo levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), a subvariante BA.2 da ômicron é a prevalente no momento.
Especialistas chamam a atenção, no entanto, que as mutações reforçam que o vírus Sars-CoV-2 segue em alta circulação e buscando maneiras de se adaptar. Por isso, é importante que o maior número de pessoas sejam vacinadas, com as três doses, diminuindo a transmissão do patógeno e os riscos para doenças graves.
A XG é a terceira recombinante encontrada em um período de dois meses no Brasil pelo Butantan. Além da XE, a rede de monitoramento da instituição também identificou a XQ, em abril, que surgiu a partir de uma mistura das sublinhagens BA.1.1 e BA.2. A última foi detectada em amostras de um casal que não havia recebido as três aplicações da vacina.
No Ar: Pampa Na Tarde