Domingo, 24 de Novembro de 2024

Home Eleições 22 Institutos de pesquisa terão de investigar “voto envergonhado” em Bolsonaro

Compartilhe esta notícia:

O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais confirmou uma disputa acirrada entre Lula e Bolsonaro. Com 99,99% das urnas apuradas, Lula alcançou 48,43% dos votos, e Bolsonaro, 43,20%.

Até o último sábado (1º), no entanto, os principais institutos de pesquisa não conseguiam cravar se haveria, ou não, um segundo turno na eleição presidencial. Lula oscilou em torno dos 50% de votos válidos na maioria dos levantamentos nacionais ao longo da campanha, enquanto Bolsonaro gravitava em torno dos 30%.

Para especialistas, a resistência de eleitores de direita aos institutos de pesquisa e o chamado “voto envergonhado” ajudam a explicar os erros dos institutos de pesquisa no pleito deste ano. “Quem acompanha isso nas redes já tinha notado que alguns bolsonaristas se recusavam a responder a pesquisa, dizendo que são enviesadas. Outra coisa é o que a gente chama de ‘espiral do silêncio’, ou seja, pessoas que têm vergonha de dizer que votam no Bolsonaro só que, na frente da urna eletrônica, escolhem quem quiserem”, afirmou a cientista política Tathiana Chicarino, professora de pós-graduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. No final de setembro, um eleitor bolsonarista chegou a agredir um pesquisador do Datafolha no interior de São Paulo.

“Pesquisa não é prognóstico. Está ali para avaliar o momento”, destaca o jornalista Thomas Traumann. Ele prevê que o principal desafio dos institutos de pesquisa para o segundo turno será avaliar “de onde veio esse bolsonarismo escondido”.

“Embora os números que as pesquisas deram em relação ao ex-presidente Lula não estejam equivocados, obviamente subestimaram Bolsonaro”, avalia.

“Havia, sim, um voto envergonhado, ou um voto que não estava cristalizado no presidente Bolsonaro, que talvez tenha decorrido do temor da vitória do presidente Lula no primeiro turno.”

Para o advogado, geógrafo e CEO da Geocracia, Luiz Ugeda, as pesquisas foram as “grandes perdedoras” da eleição. “Elas não captaram um conjunto de eventos que, quando vemos de forma estruturada, chamam a atenção. Essas instituições devem fazer uma autocrítica para que os brasileiros tenham informações confiáveis e fidedignas”, declarou.

Questionado sobre as pesquisas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, disse que são os institutos que “devem explicar as discrepâncias”.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Eleições 22

Bolsonaro recebe aliados no Planalto para definir estratégia no segundo turno
Grêmio recebe o CSA nesta terça, em jogo importante pela série B do Brasileirão
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Pampa Na Madrugada