Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024

Home Tecnologia Inteligência artificial: o paradoxo que explica por que robôs acham fácil o que é difícil e difícil o que é fácil

Compartilhe esta notícia:

Será que, algum dia, conseguiremos criar um robô com as mesmas capacidades do ser humano? O surpreendente surgimento do ChatGPT e de outros programas de inteligência artificial faz com que esta pergunta se torne cada vez mais relevante. E, mais do que isso, a imaginação dos engenheiros tentando criar um robô que pense e aja como ser humano fica ainda mais aguçada.

Já conseguimos imitar os complexos sistemas de raciocínio e até de criatividade do nosso cérebro, especialmente com a inteligência artificial.

Mas os robôs ainda não conseguem amarrar um sapato.

A robótica e a inteligência artificial podem fazer com que o pensamento racional exija menos processos de computação, enquanto atos aparentemente mais simples e que são facilmente executados pelo ser humano, como amarrar os sapatos ou pegar uma bolsa que caiu no chão, exigem enorme esforço computacional.

Este fenômeno é conhecido como o paradoxo de Moravec. E, para muitos especialistas, é o motivo por que ainda não foi possível construir um robô completamente inteligente.

“O ser humano levou centenas de milhares de anos de evolução para fazer coisas simples como, por exemplo, manter o equilíbrio”, explica o pesquisador em robótica Gonzalo Zabala, da Universidade Aberta Interamericana, na Argentina. “Por isso, reproduzir todos esses processos em nível computacional, no momento, é quase impossível.”

Zabala destaca que o contrário também acontece com os processos que são frutos de raciocínio. “Há quanto tempo podemos falar em homem inteligente, da razão?”, pergunta ele. “Em comparação com outros processos evolutivos, o tempo é muitíssimo menor e, por isso, podemos codificá-los e reproduzi-los com mais sucesso.”

Moravec e Turing

Um dos precursores da inteligência artificial foi o cientista britânico Alan Turing (1912-1954). Um dos diversos estudos publicados por Turing na sua curta, mas prodigiosa carreira relaciona uma série de perguntas que serviriam para distinguir, em um caso teórico, um robô de um ser humano.

Este método vem orientando os engenheiros e teóricos para o desenvolvimento da inteligência artificial desde que foi formulado, na década de 1950.

Como destacou o professor de robótica Rodney Brooks, do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), o que ocorreu foi que os engenheiros se concentraram em criar programas ou aparelhos que conseguissem “enganar” seus interlocutores, respondendo adequadamente às perguntas do teste de Turing para que pudessem se passar por seres humanos.

Mas, no final dos anos 1970, este enfoque começou a apresentar um problema. As respostas lógicas não desenvolviam nada de original e o caminho indicado por Turing começava a não deixar muitas saídas.

“O próprio financiamento das pesquisas foi suspenso, pois não era claro o caminho a ser seguido e não se observavam progressos”, segundo Brooks.

Por isso, os cientistas saíram em busca de alternativas para fazer avançar o desenvolvimento da inteligência artificial.

“O caminho escolhido foi criar circuitos similares aos do cérebro humano”, explica Zabala. “Não um robô que respondesse com a lógica, mas um circuito que conseguisse pensar.”

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Tecnologia

Rei Charles quebra protocolo em evento real importante e pode colocar a própria saúde em risco
Planeta idêntico ao de Star Wars é encontrado e impressiona cientistas
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Show de Notícias