Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025

Home em foco Israel invade Cisjordânia com tanques pela primeira vez em mais de 20 anos

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O exército de Israel anunciou, nesse domingo (23), a expansão das operações na Cisjordânia ocupada, incluindo a implantação de uma divisão de tanques na cidade de Jenin. Esta é a primeira vez que carros de combate operaram no território palestino desde o fim da segunda intifada, em 2005.

“A FDI (militares), o Shin Bet (agência de segurança) e as forças policiais de fronteira continuam sua operação antiterrorista no norte de Samaria (Cisjordânia) e estão expandindo as atividades ofensivas na área”, disse um comunicado militar, acrescentando que “uma divisão de tanques operará em Jenin como parte do esforço ofensivo”.

Há um mês, os militares iniciaram um grande ataque contra militantes palestinos na Cisjordânia, logo após o início de uma trégua na Faixa de Gaza, outro território palestino. A operação israelense na região abrange vários campos de refugiados perto das cidades de Jenin, Tulkarem e Tubas.

A operação, batizada de “Muro de Ferro”, foi lançada em 21 de janeiro, 48 horas depois de um frágil cessar-fogo entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas ter entrado em vigor na Faixa de Gaza.

“Quarenta mil palestinos já foram retirados dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarem e Nur Shams, e esses campos agora estão vazios”, declarou o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, em um comunicado. “Instruí (as tropas) a se prepararem para uma presença prolongada nos campos liberados durante o próximo ano e a impedir o retorno dos moradores e o ressurgimento do terrorismo”, acrescentou.

Segundo as Nações Unidas, a ofensiva israelense já matou pelo menos 51 palestinos, incluindo sete crianças, e três soldados israelenses, além de deslocar pelo menos 40 mil cidadãos.

“A Brigada Nahal (de infantaria) e as forças da Unidade Duvdevan (de elite) começaram a intervir em outras aldeias” no norte do território, destaca a declaração de Katz, acrescentando que as forças “estão continuando suas operações nas regiões de Jenin e Tulkarem”.

A fala foi feita dois dias depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante uma rara visita às tropas no território, ordenou que o exército intensificasse suas operações na Cisjordânia, que Israel ocupa desde 1967. A visita ao campo de refugiados de Tulkarem atraiu a condenação palestina.

O anúncio de Netanyahu foi feito depois que bombas que, segundo autoridades israelenses, lembravam as usadas por militantes na Cisjordânia, explodiram em vários ônibus vazios no centro de Israel na última quinta-feira (20), sem deixar feridos.

“Estamos entrando em redutos terroristas, arrasando ruas inteiras que os terroristas usam, e suas casas. Estamos eliminando terroristas, comandantes”, alegou Netanyahu.

Aumento da violência

Tanto em Tulkarem quanto em Jenin, o exército demoliu dezenas de casas com explosivos, abrindo novas rotas de acesso aos campos densamente construídos. A violência na Cisjordânia aumentou desde que a guerra em Gaza começou, em outubro de 2023.

Pelo menos 900 palestinos morreram nas mãos de soldados ou colonos israelenses desde então, segundo números do Ministério da Saúde palestino.

No mínimo 32 israelenses, incluindo soldados, morreram em ataques palestinos ou durante operações militares de Israel no mesmo período, segundo dados oficiais israelenses.

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