Quinta-feira, 09 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de janeiro de 2025
Com a chegada de um novo ano, muitas pessoas se unem para tentar a sobriedade, pelo menos durante o mês de janeiro. O “Dry January”, ou Janeiro Seco, mês em que algumas pessoas se abstêm de ingerir álcool como parte de um ritual de Ano-Novo, ganhou popularidade desde que o termo foi cunhado, há cerca de uma década.
Cerca de um quarto dos adultos em idade legal nos EUA participaram do Janeiro Seco em 2024, um aumento em relação aos anos anteriores, de acordo com a CivicScience, uma empresa de análise de dados de consumo.
No ano passado, os jovens adultos foram os mais propensos a participar do desafio do mês, com 35% dos indivíduos de 21 a 24 anos aderindo. Isso reflete uma tendência da Geração Z, que parece estar mais inclinada a optar por água com gás e a abraçar um estilo de vida sóbrio ou “curioso pela sobriedade” em comparação com gerações anteriores, por várias razões, incluindo evitar pressões sociais.
O que antes era uma simples resolução de Ano-Novo tornou-se uma tendência glorificada nas redes sociais, seja por razões de saúde ou pura curiosidade. O mundo também acompanhou o movimento, com muitos restaurantes e bares oferecendo cada vez mais opções de coquetéis sem álcool para aqueles que desejam se juntar ao happy hour sem se sentir deslocados ou julgados.
Mas, como muitas resoluções de Ano-Novo ambiciosas demais acabam sendo quebradas, algumas pessoas optaram por uma versão mais flexível: o “Damp January”, ou Janeiro Úmido.
As diferenças
Semelhante ao Janeiro Seco, o Janeiro Úmido oferece aos participantes a chance de pensar em sua relação com o álcool.
“Pode se tornar um momento muito reflexivo”, diz Akhil Anand, psiquiatra do Cleveland Clinic’s Drug and Recovery Center, à Fortune. “Qualquer redução no consumo de álcool é realmente importante”, acrescentando que muitas pessoas que tentam limitar ou abandonar o álcool descobrem que não precisam dele para aproveitar a vida como pensavam antes.
Como o próprio nome sugere, a opção “úmida” não exige que você pare de beber completamente. Você decide quais limites impor. Nesse modelo, as pessoas estabelecem regras para o consumo de álcool, limitando-o ao longo dos 31 dias.
Por exemplo, se você costuma consumir 15 drinques por semana, pode se propor a cortar alguns durante o mês, reduzindo gradualmente seu consumo. Em paralelo, pode escolher bebidas com menor teor alcoólico.
Uma pessoa pode manter a taça de vinho no jantar, mas evitar álcool em contextos sociais ou de trabalho, por exemplo. Outros podem estabelecer limites para certos dias ou horários da semana. Trata-se de uma decisão pessoal, diz Vedant Pradeep, CEO e cofundador do Reframe, um aplicativo de redução de álcool, completando que isso pode ser empoderador.
“Você está tomando a decisão de reduzir o consumo e priorizar sua saúde”, diz ele. “Isso é um passo muito positivo na direção certa.”
Essas ações melhoram a saúde?
O consumo excessivo de álcool, como o binge drinking, que aumentou durante a pandemia, tem consequências de longo prazo, incluindo maior risco de desenvolver transtornos relacionados ao uso de álcool, dependência, problemas cardíacos, certos tipos de câncer, problemas de memória, depressão e ansiedade, além de problemas sociais, como questões familiares e profissionais, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).
Para pessoas em idade legal, beber com moderação – definido como dois drinques ou menos por dia para homens e um ou menos para mulheres – pode ajudar a reduzir esses problemas de saúde em longo prazo.
Não é surpresa que a abstinência completa do álcool também traga benefícios. Um estudo revelou que, para bebedores moderados a pesados que se abstiveram de álcool por um mês, houve benefícios de longo prazo, como melhora na resistência à insulina, no peso, na pressão arterial, além de “redução de fatores de crescimento relacionados ao câncer”. Anand também observa que seus pacientes relatam melhor bem-estar geral, sono e humor.
No Ar: Pampa Na Tarde