Sexta-feira, 22 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 5 de agosto de 2024
A alimentação com restrição, um tipo de jejum intermitente, impulsiona a perda de peso, além de melhorar a pressão arterial e o humor. De acordo com um estudo publicado na revista científica JAMA Internal Medicine, os benefícios foram observados para uma janela de 16 horas de jejum e 8 de alimentação, mas com o período de alimentação restrito ao horário de 7h da manhã às 15h da tarde.
O estudo é o mais recente de um crescente corpo de pesquisas que avalia o impacto da alimentação com restrição de tempo. A lógica da estratégia que limita o tempo de alimentação às primeiras horas do dia e prega o jejum pelo restante parte do pressuposto que a sensibilidade à insulina atinge o pico pela manhã e que mais energia é usada para processar uma refeição quando é consumida nesse período, em comparação com o final do dia. Isso ajuda a aumentar a queima calórica.
Os pesquisadores da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, recrutaram 90 voluntários obesos, com idade entre 25 e 75 anos. A maioria dos participantes eram mulheres (80%), com idade média de 43 anos e índice de massa corporal (IMC) de 39,6, o que configura quase o pior grau de obesidade.
Todos foram submetidos a uma dieta hipocalórica (equivalente a entre 1.000 e 1.500 calorias por dia, dependendo do gasto energético individual do estado de repouso) e prática de atividade física. A diferença é que metade dos participantes deveria manter todas as refeições em um período de oito horas, começando às 7h e terminando às 15h. Antes ou depois disso, eles não podiam comer. Enquanto para os demais, não havia limite de horário para as refeições.
Os resultados mostraram que as pessoas que estavam sob o regime de alimentação precoce com restrição de tempo (eTRE) perderam cerca de 2,3 kg a mais de peso, em comparação com aquelas que se alimentavam por 12 horas ou mais. Elas também apresentaram menor pressão arterial durante um período de 14 semanas.
O impacto da alimentação precoce com restrição de tempo foi o equivalente a diminuir a ingestão de 214 calorias por dia.
“A intervenção eTRE pode ser um tratamento eficaz para obesidade e hipertensão”, escreveram os autores. Eles acrescentam ainda que esse tipo de alimentação melhora o humor, diminuindo a fadiga e os sentimentos de depressão e abatimento e aumentando o vigor. As pessoas que seguem esse plano alimentar também perdem mais gordura corporal e no tronco.
Outras interações
Por outro lado, não houve alteração na maioria dos fatores de risco cardiometabólicos em jejum. Os participantes foram orientados a seguir esse plano alimentar pelo menos seis dias na semana. Cerca de 41% dos pacientes disseram que planejavam continuar praticando essa alimentação após a conclusão do estudo. O que é considerado positivo pelos pesquisadores, dado que isso mostra que é uma estratégia viável de ser seguida.
Apesar dos resultados, os autores ressaltam que são necessários mais estudos para confirmar se a alimentação com restrição de tempo precoce é mais eficaz para perder gordura especificamente.
“Ensaios clínicos futuros precisarão incluir tamanhos de amostra muito maiores – até aproximadamente 300 participantes – para determinar se o jejum intermitente afeta a composição corporal e a saúde cardiometabólica”, disseram os autores.
As limitações do estudo incluem duração, ter um número maior de mulheres do que de homens, um pequeno número de participantes e autorrelato para medição da prática de atividade física.
Antes de embarcar em um plano alimentar com restrição de tempo, o ideal é que isso seja feito sob acompanhamento médico, em especial para pessoas que já tem algum problema de saúde, como diabetes.
Ao longo dos últimos anos, um crescente corpo de evidências associou o jejum intermitente ao emagrecimento, longevidade e redução do risco de doenças relacionadas com a idade. Mas esse ainda é um campo controverso. Outros estudos concluíram que a maioria da perda de peso associada à alimentação com restrição de tempo pode ser atribuída a uma simples redução na ingestão total de calorias e não a qualquer mecanismo metabólico específico associado à estratégia de jejum intermitente.
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