Domingo, 22 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 30 de setembro de 2024
A Justiça decretou a prisão preventiva de um morador de Itirapuã (SP), na região de Franca (SP), pela prática reiterada de incêndios criminosos registrados na zona rural em setembro.
Ainda segundo a decisão, foram bloqueados R$ 3 milhões em bens de Alessandro dos Reis Batista Júnior para garantir a reparação a fazendeiros que foram vítimas e à Fazenda Pública por eventuais danos causados.
Segundo o Ministério Público (MP), ele tem histórico de crimes graves, incluindo associação criminosa para roubo de maquinário agrícola.
Desde agosto, incêndios de grande proporção assolam a região, causando prejuízos econômicos, danos à flora e à fauna e até mortes, sem contar o impacto na qualidade do ar.
Acusações
A denúncia da Promotoria consta que no mês de setembro, Alessandro se juntou a três homens ainda não identificados para promover incêndios na zona rural de Patrocínio Paulista (SP) e Itirapuã.
De acordo com a denúncia, as áreas foram escolhidas por Alessandro e os comparsas, sendo que eles se dividiram em dois grupos. Em uma das ações, ele chegou de carro a uma fazenda e usou líquido inflamável e um isqueiro para iniciar uma queimada de grandes proporções.
Cerca de nove hectares da mata de uma área de preservação permanente foram destruídos. O fogo ainda avançou para áreas de pastagem e foi necessária ajuda de diferentes equipes do município e do estado para conter as chamas.
O Ministério Público afirma que Alessandro seguiu ateando fogo a propriedades rurais vizinhas causando um prejuízo de R$ 1,2 milhão em plantações de café e cana de açúcar, matas preservadas e pastagem.
Decisão
Preso, Alessandro foi denunciado por associação criminosa e incêndio, e o MP pediu a prisão preventiva e o bloqueio de R$ 3 milhões dos bens do investigado.
Segundo o MP, apesar de já ter sido alvo de um mandado de prisão por roubo de máquinas agrícolas, Alessandro seguiu praticando crimes, o que mostra que medidas cautelares não são capazes de impedi-lo.
Ao acolher o pedido de prisão preventiva, o juiz Afonso Marinho Catisti de Andrade, da comarca de Patrocínio Paulista, disse que Alessandro pratica reiteradamente delitos de incêndio em contexto de situação de calamidade diante da grave seca instalada no país e, sobretudo, na região.
“A mera imposição de outra medida seria insuficiente para evitar que o denunciado possa praticar novos delitos e que qualquer outra medida diversa da decretação da prisão possa ser eficaz para elidir completamente o ciclo criminoso, ora verificado”, justificou o magistrado.
As investigações prosseguem no sentido de identificar os comparsas de Alessandro.
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