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Por Redação Rádio Pampa | 27 de maio de 2022
A farmacêutica suíça Roche anunciou o desenvolvimento de testes de PCR para diagnóstico da varíola dos macacos (monkeypox), à medida que a doença se espalha para um número cada vez maior de países. A Roche e sua subsidiária TIB Molbiol desenvolveram três kits de teste para serem usados por pesquisadores. Eles já estão disponíveis na maior parte do mundo, de acordo com a empresa.
O primeiro kit detecta vírus do grupo ortopoxvírus em geral, incluindo as duas cepas causadoras da da varíola dos macacos. O segundo detecta apenas os vírus da varíola dos macacos, enquanto o terceiro detecta simultaneamente os ortopoxvírus e fornece informações sobre a presença ou não de um vírus da varíola dos macacos (cepa da África Ocidental e da África Central).
As ferramentas de diagnóstico são cruciais para responder e controlar os desafios emergentes de saúde pública à medida que avançam nas medidas de resposta, como esforços de rastreamento e estratégias de tratamento”, disse Thomas Schinecker, chefe de diagnóstico da empresa, em comunicado.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS afirmou que um teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) é o “teste laboratorial preferido, devido à sua precisão e sensibilidade”. A organização recomenda que as amostras sejam de lesões de pele e crostas secas, pois PCR com amostras de sangue geralmente são inconclusivos.
Ainda de acordo com a entidade, métodos de detecção de antígenos e anticorpos, como aqueles utilizados para o novo coronavírus, não distinguem entre os ortopoxvírus.
Doença
A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre, ou seja, um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos – o que ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à família dos ortopoxvírus.
Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento).
A taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. As crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê, aponta a OMS.
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai.
Os sintomas podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas. Casos mais leves de varíola podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa. É provável que haja pouca imunidade à infecção naqueles que viajam ou são expostos de outra forma, pois a doença endêmica geralmente é limitada a partes da África Ocidental e Central.
A fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS. No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
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