Terça-feira, 24 de Dezembro de 2024

Home Política Líder indígena acusado de incitação a atos antidemocráticos é preso na fronteira entre Brasil e Argentina

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José Acácio Serere Xavante, conhecido como Serere Xavante, foi preso na noite de domingo (22), na fronteira entre Brasil e Argentina. Ele foi levado para Foz do Iguaçu (PR), onde passou por audiência de custódia, por chamada de vídeo, nesta segunda-feira (23). Segundo a defesa de Serere Xavante, a prisão foi homologada na audiência com um juiz auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF).

Xavante foi preso em dezembro de 2022, por ter ameaçado integrantes do STF, invadido o terminal de um aeroporto e ter convocado pessoas armadas para impedir a diplomação do presidente Lula pela Justiça Eleitoral. Em setembro de 2023, Serere Xavante deixou a prisão com a condição de usar tornozeleira eletrônica. No entanto, violou as medidas cautelares e fugiu para a Argentina, em busca de asilo político.

Serere estava andando de bicicleta em uma área próxima à fronteira, quando foi avistado por equipes policiais argentinas. Suspeitando do comportamento do homem, o abordaram. No entanto, por estar sem documentos e ser brasileiro, foi levado até o posto da Polícia Federal (PF) na aduana brasileira da Ponte Tancredo Neves – entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú – e, em seguida, levado à delegacia da PF no lado brasileiro, onde foi identificado.

A prisão do homem foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, por descumprimento das medidas cautelares. Por meio de nota, o advogado Geovane Veras Pessoa, responsável pela defesa de Serere, afirmou que a prisão é ilegal e que o cliente está autorizado a permanecer na Argentina até que o governo argentino decida se ele receberá, ou não, asilo político.

“Não existe nenhum pedido de extradição expedido pelo STF para prender o Serere na Argentina, porque sequer tem condenação. A ação penal do Serere encontra-se em fase de instrução”, diz a nota.

Após a prisão de Serere em 2022, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir a sede da PF e deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, que resultaram em ônibus e carros queimados. A Esplanada dos Ministérios chegou a ser fechada.

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