Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Brasil Lojas Americanas já perdeu 64 bilhões de reais em valor de mercado

Compartilhe esta notícia:

Durante o “boom” das empresas varejistas na bolsa de valores em meados de 2020, as ações da Americanas registraram o pico do seu valor. Em 3 de agosto daquele ano, um papel da companhia era vendido a R$ 122,90, sua máxima histórica. Naquele momento, o valor de mercado da empresa era de pouco mais de R$ 66 bilhões.

De lá para cá, com base no fechamento do pregão da última segunda-feira (16), a Americanas já perdeu R$ 64,36 bilhões em valor de mercado, enquanto suas ações acumulam uma queda de 98,42%. Até terça-feira, a empresa valia R$ 1,75 bilhão, depois de despencar quase 40% em um dia e seu papel valer R$ 1,94.

Embora as ações tenham atingido sua mínima histórica nesta semana, após os escândalos sobre as “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nas contas da companhia e todos os desdobramentos do caso, a Americanas já vinha vivendo um período difícil com seus papéis há vários meses: Em agosto de 2020, as ações da Americanas chegaram ao seu ápice, e o valor de mercado da companhia era estimado em R$ 66 bilhões; Há um ano, em 16 de janeiro de 2022, a Americanas valia R$ 27,25 bilhões; Antes do anúncio do rombo bilionário, em 11 de janeiro, a varejista valia cerca de R$ 10,82 bilhões; Terça, a empresa valia R$ 1,75 bilhão.

A queda da empresa começou com a piora no cenário macroeconômico brasileiro, que afetou todas as varejistas da bolsa. A piora foi consequência da pandemia de Covid-19, inflação elevada, alta nos juros e baixo crescimento. Em um ano, as ações acumulam desvalorização de 93,44%.

Desde o anúncio do rombo, entretanto, a desvalorização foi acentuada e, apenas cinco dias depois, as ações já recuaram 79,9%.

Entenda o que aconteceu com a Americanas

A Americanas publicou um fato relevante na última quarta-feira (11), dizendo que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões nas primeiras estimativas.

Em outras palavras, a empresa percebeu que o valor bilionário – que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores – não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa. Como consequência, Sérgio Rial, que tinha acabado de assumir a presidência da companhia, renunciou ao cargo.

O rombo ocorreu por meio de uma operação conhecida como “risco sacado”. Essa é uma linha de crédito que envolve a empresa, seus fornecedores e instituições financeiras.

Nessa operação, uma companhia que precisa pagar seus fornecedores entra em contato com uma instituição financeira que, por meio de um acordo, libera o montante necessário para o pagamento.

É como se a própria instituição financeira pagasse a conta. A companhia, por sua vez, zera sua dívida com os fornecedores e passa a dever para o banco – e, claro, com a cobrança de juros.

No caso da Americanas, pelo que se sabe até o momento, houve uso do risco sacado nas negociações da empresa, mas as operações não foram registradas de forma correta nos balanços contábeis. Isso gerou dúvidas sobre a solvência da companhia e seu grau de endividamento, trazendo insegurança aos investidores.

Ao divulgar o fato relevante, a empresa afirmou estimar que “o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial”. Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro.

No sábado (14), porém, a companhia divulgou um comunicado informando que a Justiça concedeu uma Tutela de Urgência Cautelar que determina, entre outras medidas, a interrupção de quaisquer cláusulas contratuais que imponham o pagamento antecipado de dívidas da empresa e a incidência de juros durante esse período. Na decisão, o juiz diz que a dívida da Americanas pode chegar a R$ 40 bilhões.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Saiba o que é o auxílio-reclusão e quem tem direito a recebê-lo; entenda as regras
Ibama e Funai revogam norma que permitia exploração de madeira em terra indígena
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Show de Notícias