Sábado, 23 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 2 de dezembro de 2023
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou a pedagoga Silvana Taques Elias dos Santos, de 51 anos. Ela é mãe da atriz Larissa Manoela e é acusada de praticar intolerância religiosa contra o noivo da filha.
Silvana usou o termo “macumbeira” ao se referir à família do noivo da atriz, André Luiz Frambach, que é espírita kardecista. O termo é considerado pejorativo para se referir a religiões de matriz africana.
“Esqueci de te desejar… que você tenha um ótimo natal aí com todos os guias dessa família macumbeira. kkkkkk”, escreveu Silvana, em mensagem enviada à filha no Natal de 2022, pelo WhatsApp.
Segundo a delegada Rita de Cassia Salim Tavares, responsável pela investigação, Silvana cometeu um ato de intolerância religiosa e atacou a comunidade formada por religiosos de matriz africana.
“O teor da mensagem cujo conteúdo é de intolerância religiosa extravasou a esfera privada atingindo toda uma comunidade formada por religiões de matriz africana, pois foi recebida como insulto, intolerância, preconceito e ódio aos preceitos da referida religião”, diz a delegada em seu relatório.
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio apresentou a notícia-crime por entender que a mensagem da mãe da atriz se configuraria como “ato discriminatório travestido de formas contemporâneas de racismo”.
Segundo artigo 20 da Lei 7716/1989, que trata sobre a prática de “discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” a pena pode ser de até cinco anos de prisão e multa.
A mãe da atriz teve negado na Justiça o pedido de arquivamento da denúncia de racismo religioso. A defesa de Silvana declarou que “não existem indícios mínimos de provas contra Silvana, por isso o caso deve ser arquivado”.
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