Quinta-feira, 19 de Setembro de 2024

Home em foco Mais de 700 detidos são transferidos para prisões de segurança máxima na Venezuela em meio a irregularidades, diz ONG

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Mais de 700 detidos durante a crise pós-eleitoral da Venezuela foram transferidos para duas prisões de segurança máxima durante a última semana em meio a “irregularidades”, indicou neste sábado o Observatório Venezuelano de Prisões (OVP). Mais de 2.400 pessoas, entre elas centenas de adolescentes, foram detidas após os protestos desencadeados contra a reeleição do ditador Nicolás Maduro em 28 de julho, quando ele foi proclamado vencedor em meio a denúncias de fraude da oposição, que reivindica a vitória de seu candidato Edmundo González Urrutia.

“O regime de Nicolás Maduro concretizou a transferência de mais de 700 presos políticos, detidos arbitrariamente após as eleições presidenciais de 28 de julho, que estavam em celas policiais em todo o território nacional e foram levados para as prisões de Tocuyito, em Carabobo, e Tocorón, Aragua”, disse o OVP em uma nota de imprensa.

As transferências ocorreram nos dias 25, 27 e 30 de agosto e “foram realizadas com muitas irregularidades, inclusive alguns sob engano, pois não avisaram a seus familiares. Muitos deles souberam quando foram levar a comida às delegacias policiais”, acrescentou a ONG.

No início de agosto, o mandatário afirmou que prepararia as prisões de Tocorón e Tocuyito, que estiveram por anos sob o controle de gangues criminosas, para encarcerar os detidos nos protestos. Segundo o OVP, as autoridades não oferecem informações sobre os detidos. “Até o momento, nenhuma das pessoas transferidas nos dias anteriormente mencionados teve contato com seus familiares ou a designação de seus advogados de confiança.”

Do total de 2.400 detidos, cerca de 1.581 foram registrados como “presos políticos” pela ONG Foro Penal, que lidera a defesa dos encarcerados por motivos políticos no país. A organização, no entanto, continua recebendo denúncias e contabilizando casos. As manifestações também deixaram 27 mortos e 192 feridos.

Apagão

A Venezuela começou a recuperar o serviço elétrico durante a madrugada de sábado (31), após um grande apagão de mais de 12 horas, classificado pelo governo como um “sabotagem” em meio às denúncias da oposição de fraude eleitoral. A falha teve origem na hidrelétrica Simón Bolívar, a principal geradora de eletricidade da Venezuela, na madrugada de sexta-feira. Todo o país ficou no escuro, revivendo o fantasma do massivo apagão de 2019, que se estendeu em média por cinco dias.

“Estamos normalizando, regularizando, passo a passo com garantias, com segurança”, disse o ditador Nicolás Maduro na noite de sexta-feira, sem dar detalhes para evitar, segundo explicou, um “contra-ataque”.

As interrupções do serviço são frequentes há uma década, especialmente nas províncias. Maduro costuma apresentá-las como planos opositores para derrubá-lo, embora especialistas falem de falta de investimento e manutenção no sistema elétrico e suas redes de distribuição. As informações são do O Globo.

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