Quinta-feira, 19 de Setembro de 2024

Home Brasil Médica suspeita de sequestrar bebê entrou em hospital após apresentar nome falso e dizer que ia cobrir falta de outra funcionária, diz polícia

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A médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, investigada por sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG), apresentou um nome falso e conseguiu entrar na unidade por estar paramentada e dizer que ia cobrir a falta de uma funcionária. É o que afirmou uma vigilante do hospital em depoimento à Polícia Civil de Goiás. Cláudia está presa preventivamente em Orizona, no sudeste goiano, e a bebê foi devolvida à família.

“(A médica) falou que iria cobrir o serviço de uma das funcionárias que havia faltado. O nome passado pela autora (médica) foi “Amanda”. A (vigilante) teria desconfiado de sua atitude e entrado em contato com outros vigilantes e pediu para que averiguassem a situação”, afirma um trecho do depoimento.

“Ao mesmo tempo, (a vigilante) ligou para o setor da clínica médica e perguntou se realmente teria faltado algum funcionário e se teriam pedido para uma funcionária chamada Amanda cobrir a falta. E recebeu como resposta que nenhum funcionário de nome Amanda iria trabalhar naquele turno”, complementa o documento.

“A equipe de segurança teria encontrado a autora (médica), que teria respondido que iria tirar um plantão no setor de pediatria naquela data, porém, que ao chegar no local teria sido avisada que não iriam precisar mais dela, pois o quadro de funcionários do plantão já se encontrava completo”, conclui o relato.

A vigilante também disse à polícia que a equipe de segurança não revistou Cláudia, pois não tinha autorização para isso. Além disso, “como a investigada estava com traje de funcionária, inclusive de crachá”, apenas a acompanharam até a saída.

Bebê na mochila

A partir dos depoimentos e de imagens de câmeras de segurança, a polícia imagina que a recém-nascida sequestrada foi colocada pela médica dentro da mochila amarela que ela usava. Há relatos, inclusive, de que Cláudia tenha conversado com os seguranças e com o pai da menina, enquanto a bebê estava dentro de sua mochila.

Claudia está presa na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona desde a quarta-feira (24), quando foi presa e autuada por sequestro qualificado.

O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa dela, explicou que a cliente tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.

Cláudia é neurologista e era professora da universidade ligada ao hospital. Segundo a Polícia Civil, tudo indica que ela se aproveitou do livre acesso que tinha na unidade para praticar o crime. Apesar disso, a polícia ainda apura se houve falha na segurança.

Em depoimento, a empregada doméstica relatou que Cláudia contou a ela que estava grávida de dois meses, chegando a mostrar um exame que comprovava a gravidez, feito em maio deste ano. A empregada diz que não notou nenhum sinal de gravidez na patroa antes de ser informada do assunto naquela ocasião, mas que achava que ela estava “mais gordinha”.

A empregada doméstica trabalha com Cláudia há cerca de 4 anos e disse que se assustou ao ver a recém-nascida na casa e não acreditou que a menina fosse filha da patroa. Apesar disso, não fez perguntas e continuou suas atividades diárias na casa. Enquanto isso, a médica saiu dizendo que ia comprar coisas para a bebê.

“Ao chegar para trabalhar, sua empregadora Cláudia estava acordada com o bebê no carrinho. Sra Cláudia lhe chamou dizendo: ‘Vem cá, quero te mostrar uma coisa’. A depoente (empregada) pôde visualizar um carrinho com bebê, tendo sua empregadora explicado que: ‘Eu tive o neném antes da hora’”, afirma o trecho do depoimento.

Premeditação

O delegado diz que não acredita que Cláudia esteja grávida ou tenha engravidado recentemente. Ele também não acredita na versão da defesa, de que a médica não tinha condições de saber o que estava fazendo quando sequestrou a recém-nascida. Para o delegado, tudo foi premeditado.

“Tudo indica que (a notícia da gravidez e o exame, vieram) para preparar esse enredo, para poder tranquilizar as partes que seriam próximas dela (da médica), para que ela recebesse essa criança. É claro que como a criança apareceu na residência e o prazo de dois meses é muito curto, isso causou estranheza”, afirmou o delegado.

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