Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de janeiro de 2025
A mediana do relatório Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu pela 13ª semana consecutiva, de 4,99% para 5,0% — 0,5 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 4,60%. Considerando apenas as 51 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária passou de 4,99% para 5,14%.
Na sexta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de 2024 foi de 4,83%, acima do teto da meta, de 4,50%. Foi a oitava vez que o Banco Central (BC) descumpriu o alvo desde o início do regime de metas, em 1999.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou em uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o forte crescimento da economia, a depreciação cambial e os fatores climáticos explicam o descumprimento da meta no ano passado. As projeções da autarquia indicam uma lenta queda da inflação, que deve permanecer acima do teto até o terceiro trimestre.
A partir de 2025, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo. O ministro da Fazenda pode propor uma alteração da meta ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas é necessário esperar 36 meses para qualquer mudança ter efeito.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,03% para 4,05%, a terceira alta seguida. Um mês atrás, estava em 4,0%. Considerando apenas as 50 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção ficou estável em 4,0%.
A estimativa intermediária para a inflação de 2027 permaneceu em 3,90%, contra 3,66% quatro semanas atrás. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,50% para 3,56%, ante 3,50% um mês antes.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária. O colegiado espera um IPCA de 4,0% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus (de 6 de dezembro) e dólar começando em R$ 5,95 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).
Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2025 em 4,50% e desacelere a 3,60% em 2026. As medianas indicam que o IPCA deve somar 1,78% no primeiro trimestre de 2025. Se confirmada, seria a maior taxa trimestral desde o mesmo período de 2023, quando a inflação acumulada de janeiro a março foi de 2,09%.
A estimativa intermediária do Focus para o IPCA de janeiro continuou em zero, refletindo o impacto do bônus de Itaipu nas contas de energia elétrica. A projeção para fevereiro passou de 1,33% para 1,34%. O efeito do bônus já deve ser “devolvido” no mês. A mediana para o IPCA de março subiu de 0,42% para 0,43%.
Já a mediana para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 4,96% para 5,01%. Um mês antes, era de 4,68%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, válida a partir deste ano.
A mediana para a cotação do dólar no fim de 2025 se estabilizou em R$ 6,0. Um mês antes, era de R$ 5,85. A projeção para 2026 subiu de R$ 5,90 para R$ 6,0 e, para 2027, de R$ 5,80 para R$ 5,82. Para 2028, avançou de R$ 5,80 para R$ 5,88.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro. (Estadão Conteúdo)
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