Sábado, 23 de Novembro de 2024

Home Cinema Ministério da Justiça mantém censura a filme de Danilo Gentili mesmo após aumentar classificação indicativa para 18 anos

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A mudança na classificação indicativa do filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, que subiu para 18 anos, não altera a censura imposta à exibição em plataformas de streaming. É o que diz o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

“A alteração da Classificação Indicativa para o filme “Como se tornar o pior aluno da escola” não afeta a medida cautelar imposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon)”, diz a nota da pasta, que arbitrou uma multa diária de R$ 50 mil caso a exclusão não fosse feita em cinco dias.

O filme de 2017, dirigido por Fabrício Bittar e inspirado em um livro homônimo de Gentili publicado em 2009, se tornou alvo de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro por uma suposta apologia à pedofilia.

Na cena que viralizou, o personagem de Fábio Porchat, o vilão Cristiano, chantageia e assedia sexualmente dois garotos. Cristiano interrompe Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz), pede que eles parem de discutir e, para não serem prejudicados na escola, o masturbem. As crianças reagem com espanto e repulsa, negando o pedido.

Plataformas como o Globoplay explicaram que não poderiam retirar o filme do streaming como determina a medida do Ministério da Justiça por sua inconstitucionalidade. “A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida”, disse a empresa em nota.

Ator

Brunho Munhoz, de 17 anos, e Daniel Pimentel, de 22, têm assistido — em looping e em minúcias — a uma cena antiga de suas vidas. Impossível driblar o passado. Basta abrir o celular, e a sequência está lá: num dos trechos do filme de comédia “Como se tornar o pior aluno da escola”, protagonizado pela dupla de atores, eles ouvem o vilão interpretado por Fábio Porchat pedir para que o masturbem. “Tudo faz parte de uma obra de ficção”, os jovens passaram a frisar, como se precisassem explicar o básico.

“Nos tempos de hoje, com essa cultura do ódio e do cancelamento, alguém joga um vídeo curto que não mostra a cena inteira, e isso já é visto como apologia à pedofilia. Sendo que, em momento algum, a gente faz isso. Muito pelo contrário”, ressalta Daniel Pimentel.

Bruno e Daniel, os atores mirins que deram vida aos protagonistas do filme, têm recebido dezenas de recados nas redes sociais acerca do assunto. Ainda menor de idade, Bruno revelou, por meio de sua conta no Instagram, que se tornou alvo de ofensas e ataques contra a própria mãe. Os dois têm conversado, e agora tentam dialogar mesmo com aqueles a quem eles discordam.

“Muitos me dizem que só viram o filme por causa da polêmica e gostaram. A quem discorda, eu pergunto: você viu a cena inteira, então por que é pedofilia? A maior parte dessas pessoas recua”, diz Daniel. “A gravação da cena aconteceu naturalmente. Pegamos o roteiro antes e vimos que havia o politicamente incorreto, coisa que lido muito bem. Essa cagação de regra não era desse jeito antigamente. Nos anos 70 e 80, o burburinho não era uma coisa tão grande assim. Foi uma cena normal. Uma cena tranquila! Sem nenhum incômodo, sem nenhuma tensão. Faço arte, sou ator e estudo para me sentir à vontade. O que há ali é só um diálogo fictício.”

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