Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025

Home em foco Ministério, Supremo e mudança de Casa: Pacheco e Lira avaliam futuro mirando 2026

Compartilhe esta notícia:

Fora dos comandos de Câmara e Senado a partir do mês que vem, os presidentes Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) começaram a pavimentar os caminhos para a vida “na planície” ou “no chão do plenário”, como costumam dizer os parlamentares. Com o planejamento sobre o futuro político em construção, ambos conseguiram manter a autoridade até o fim do período de quatro anos de gestão. Tanto Lira quanto Pacheco costuraram acordos com o objetivo de emplacar aliados no comando das Casas — e os nomes apadrinhados são os favoritos.

O presidente do Senado já disse que a tendência é deixar a vida pública em 2027, quando acaba seu mandato. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros governistas, contudo, vêm tentando convencê-lo a concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026. Outra possibilidade seria assumir um cargo de ministro, enquanto a sonhada vaga para o Supremo Tribunal Federal (STF) não aparece.

Lira, por sua vez, dá todos os sinais de que tem fôlego para seguir na política por mais tempo. Aliados veem o Senado como um caminho natural, e o próprio presidente da Câmara já falou publicamente sobre a possibilidade.

Caso seja essa a escolha, ele deve enfrentar o senador Renan Calheiros (MDB-AL), seu adversário histórico. Haverá duas vagas em disputa, mas há no entorno de Lira quem defenda uma composição política em que os dois concorram com o apoio de Lula.

Assim como Pacheco, que tem o aliado Davi Alcolumbre (União-AP) como favorito para comandar o Senado a partir do ano que vem, Lira possivelmente fará o seu sucessor. Não há definição, porém, de qual posição vai ocupar na gestão de Hugo Motta (Republicanos-PB). O deputado terá, ao menos, influência como um conselheiro.

Interlocutores de Lira dentro do PP dizem que o chefe da Câmara ainda não se programou. Colegas de partido dizem, inclusive, que ele tem dado sinais trocados a respeito de qual grupo político vai ficar mais próximo visando à eleição de 2026. Quem tem conversado com ele diz que ora Lira dá a entender estar ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, ora sinaliza ter interesse em comandar um ministério no governo Lula.

Para trazer Lira para perto do governo, parlamentares têm falado sobre a possibilidade de o deputado comandar o Ministério da Agricultura. Uma das ideias aventadas é que o atual chefe da pasta, Carlos Fávaro, do PSD de Mato Grosso, volte para o Senado e se torne vice de Davi Alcolumbre. Mas esse não é um caminho fácil. Isso porque a vice já foi prometida ao PL.

Costuras políticas

Integrantes da articulação política do governo negam que haja mudanças ministeriais definidas, e avaliam que alterações nos cargos do primeiro escalão do governo só devem começar a tomar uma forma a partir de fevereiro, com a oficialização das trocas de comando da Câmara e do Senado.

Outra possibilidade defendida por aliados de Lira é que ele assuma um papel de liderança na Câmara e se afaste do governo. A ideia seria repetir o que fez Alcolumbre nos últimos quatro anos. Mesmo fora do comando do Senado, conseguiu manter poder na Casa ao exercer influência sobre Pacheco e outros pares.

Por sua vez, Pacheco adota um estilo diferente em relação ao seu futuro eleitoral. Seus aliados dizem que não vale a pena já se colocar como opção para o governo de Minas Gerais, e que isso deixaria ele mais exposto à fritura de bolsonaristas, que representam praticamente metade dos eleitores do seu estado, de acordo com o resultado da eleição presidencial de 2022.

O entorno do presidente do Senado avalia também que ele não precisa entrar em disputa antecipada. O nome do senador ao governo é defendido por PSD e PT.

Em relação a ter um cargo na Esplanada dos Ministérios, tanto integrantes do governo quanto aliados do presidente do Senado dizem que não há nenhuma definição sobre o assunto.

Pacheco tem um desejo antigo de ser ministro da Justiça. A pasta, no entanto, é ocupada por Ricardo Lewandowski, nome próximo do presidente Lula. Ou seja, seria uma troca difícil de ser operada.

Um ministro de Lula diz que Pacheco pode ser incluído na Esplanada, mas ressalta que isso faz parte de um quebra-cabeça maior e que, para ter definido qual lugar ele terá, é preciso ter definido os espaços que todos os partidos terão nessa reforma ministerial.

O senador do PSD tem falado que, quando sair do comando do Senado, vai voltar a ocupar o gabinete 24, onde ele despachava antes de usar a sala da presidência. Pacheco também tem se ocupado em articular quais serão os espaços que o PSD terá no Senado na gestão de Alcolumbre.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Favorito, Alcolumbre terá que lidar com crise das emendas e polarização de PT e PL na volta à presidência do Senado
Com um ano à frente da Procuradoria-geral da República, Gonet começa 2025 sob a expectativa de denúncia contra Bolsonaro
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Show de Notícias