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Por Redação Rádio Pampa | 16 de outubro de 2021
A nave da Missão Lucy, primeira na história a estudar os asteroides troianos de Júpiter, da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos, a Nasa, decolou na manhã deste sábado (16). A expedição deve durar 12 anos, com início previsto para 2025 e final, para 2033. A sonda, acoplada a um foguete Atlas 5 da United Launch Alliance (ULA), foi lançada na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida.
Passada mais ou menos uma hora do lançamento, a nave da missão se separou do foguete, de acordo com o perfil da expedição no Twitter. Após trinta minutos, os painéis solares da espaçonave se desenrolaram.
Cientistas esperam que, ao final, a expedição forneça novas pistas sobre como os planetas do sistema solar se formaram e o que moldou sua configuração atual, pois acreditam que as rochas a serem investigadas são remanescentes de material primordial que os originou. “Os asteroides de Tróia são restos dos primeiros dias de nosso sistema solar, efetivamente os fósseis da formação do planeta”, explica o principal investigador da missão, Harold Levison, do Southwest Research Institute em Boulder, Colorado.
A missão pretende ser histórica de diversas formas. Além de ser a primeira a visar a chamada comitiva de Tróia de Júpiter, dois grandes aglomerados de rochas espaciais, quer bater o recorde de oito asteroides visitados em uma única expedição. Serão analisados sete asteroides troianos e um do cinturão principal. Lucy custou cerca de U$ 981 milhões.
Lucy, também fará história dos voos espaciais de outra maneira: vai seguir uma rota que circula a Terra três vezes para auxílio gravitacional. Assim, será a primeira espaçonave a retornar às vizinhanças da Terra vinda do sistema solar externo, de acordo com a Nasa. Para isso, a sonda usará propulsores de foguetes para manobrar no espaço e dois painéis solares arredondados, cada um da largura de um ônibus escolar, para recarregar as baterias.
Na visão de Thomas Zurbuchen, chefe da missão científica, o trajeto que Lucy se propõe a fazer não é simples. “Você deve estar brincando. Isso é possível? “, lembra de ter se perguntado.
Lucy é uma homenagem ao fóssil de ancestral humano homônimo, encontrado na Etiópia há quase meio século. A descoberta, por sua vez, tem o nome de uma canção dos Beatles, de 1967, Lucy in the Sky with Diamonds. A espaçonave também carrega um disco feito de diamantes cultivados em laboratório para um de seus instrumentos científicos.
“Estou tão animado. Lucy está voltando para o céu com diamantes. Johnny vai adorar”, disse o baterista dos Beatles Ringo Starr, em um vídeo pré-gravado para a Nasa, no qual aproveitou para homenagear o falecido colega John Lennon. “Se você encontrar alguém lá em cima, Lucy, dê a eles paz e amor por mim.”
O paleoantropólogo por trás da descoberta do fóssil Lucy, Donald Johanson, ficou arrepiado ao ver a decolagem. “Eu nunca vou olhar para Júpiter da mesma forma”, disse. Ele afirmou estar maravilhado com essa “intersecção de nosso passado, nosso presente e nosso futuro.”
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