Domingo, 24 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 28 de agosto de 2023
Os celulares mais recentes possuem conexões que usam ondas eletromagnéticas (ou “ondas de rádio”) para troca de informações, e essas tecnologias podem afetar os equipamentos de alguns aviões.
É por isso que os smartphones precisam ser colocados no “modo avião” durante o pouso e a decolagem – os momentos considerados mais críticos na viagem.
A funcionalidade desliga a transmissão e recepção de ondas de rádio em um dispositivo eletrônico portátil, como celulares. A principal fonte de interferência eletromagnética no avião é a transmissão intencional e, quando o telefone está no “modo avião”, o risco é eliminado. Ou seja, a comunicação do piloto, com radares e navegação, não é prejudicada.
“Uma das faixas de frequência utilizadas para comunicação dos celulares é próxima à faixa utilizada por um dos instrumentos de navegação de avião. A probabilidade de haver interferência não é grande, mas ela existe”, explica Jorge Henrique Bidinotto, professor de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP).
Wi-Fi
Atualmente, alguns aparelhos permitem religar o Wi-Fi e o Bluetooth mesmo com a função “modo avião” ainda ativada, mantendo desligada somente a rede móvel do celular. Dessa forma, o passageiro poderá conectar o aparelho à internet do avião e usar o Bluetooth para conectar um fone de ouvido, por exemplo.
Antigamente, o “modo avião” era muito preciso e os fabricantes não tinham total confiança de que as funções de comunicação de fato estavam totalmente isoladas”, diz Jorge Henrique Bidinotto, da Universidade de São Paulo (USP).
“Ao que parece, isso mudou nos últimos anos e, por isso, hoje se confia em deixar o telefone neste modo, em que não se pode comunicar, mas pode-se utilizar para outras funções, como vídeos, música, jogos, etc”, completa.
Uma vantagem do “modo avião” ligado é que o seu celular não ficará buscando pelas antenas das operadoras (ERBs) durante o voo, o que ajuda a economizar bateria.
Interferência
Segundo a Anac, no caso de transporte comercial de passageiros, todas as aeronaves são certificadas, inclusive quanto à interferência de sinais eletromagnéticos.
O órgão explica que durante a certificação, os aviões são submetidos a extensos testes para determinar se eles atingem um nível aceitável quanto à interferência desses sinais, em diferentes fases do voo. Esse nível mínimo tem evoluído ao longo do tempo e é definido por fóruns internacionais, do qual a Anac participa ativamente.
Especialistas do setor explicam que o risco de interferência existe e que varia de acordo com a aeronave. Por exemplo, em Boeings 787-9 Dreamliner, um dos aviões comerciais mais avançados da atualidade, a interferência é nula.
As aeronaves de modelo A320 também não são afetadas quando testadas com interferências das transmissões intencionais nas frequências de Wi-Fi, Bluetooth, NFC e GPS, completa a companhia.
No Ar: Pampa News