Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 18 de agosto de 2024
A disseminação de uma nova cepa mais letal e transmissível da mpox preocupa autoridades de saúde. A mpox, infecção viral semelhante à varíola humana erradicada em 1980, é dividida em duas linhagens principais: Clado 1 e Clado 2.
A cepa responsável pela emergência de saúde decretada em 2022 foi a Clado 2, que é mais branda. Sua maior transmissão foi associada à aquisição da capacidade de se disseminar via relações sexuais, numa mutação que recebeu o nome de Clado 2b.
No fim do ano passado, porém, a OMS identificou uma nova versão do Clado 1, linhagem cuja mortalidade é maior e que circulava principalmente na República Democrática do Congo (RDC), que também passou a se disseminar via redes de transmissão sexual. Essa nova variante foi nomeada de Clado 1b e ligada a uma explosão de casos e mortes no país neste ano.
Em artigo publicado no site The Conversation, a professora de Biossegurança Global no Instituto Kirby, unidade especializada no combate a agentes infecciosos da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney, na Austrália, Raina MacIntyre, explica que o Clado 1, “tem uma taxa de mortalidade de até 10% (até um em cada dez morre)”. Para fator de comparação, o Clado 2, “tem uma taxa de fatalidade de até 1% (em outras palavras, espera-se que aproximadamente uma em cada 100 pessoas morra dessa doença)” e a variante Ômicron da Covid, tem uma letalidade de 0,7%, segundo ela.
Ou seja, a cepa que está se disseminando atualmente é até dez vez mais letal que a que provocou o surto de 2022. Essa cepa também é bastante transmissível. Quatro países vizinhos da RDC, que nunca haviam lidado com infecções pela mpox, já registraram mais de cem casos atualmente. São eles: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. Fora do continente africano, casos da nova linhagem já foram identificados na Suécia.
MacIntyre explica que o Clado 1b, que está circulando agora, “não só tem uma taxa de fatalidade mais alta, como também tem novas mutações que aumentam a disseminação entre as pessoas”. Ela ainda alerta que “essas alterações e a falta global de imunidade ao mpox tornam a população mundial vulnerável ao vírus”.
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