Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2024

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Talvez seja um artigo, talvez uma carta aberta, não sei. Tem certas coisas que não são programadas, além disso, cada um vê do seu jeito, cristãos, islâmicos, protestantes, judeus, evangélicos, espíritas, luteranos, umbandistas, ateus, enfim, … Nunca havia pensado, mas tem sempre um menino.

Ele representa, quem vai saber, um sorriso cândido, uma mão estendida, um olhar de paz e de esperança, a simplicidade e a meiguice própria dos meninos que ainda não descobriram que existe o mal, e que o perdão, é apenas um momento depois de um episódio não desejado, que não compensa guardar.

Não há rancor na cabeça dos meninos. Eles estão nas esquinas, nas sinaleiras, nos campinhos de futebol, em qualquer cantinho, com o celular na mão, concentrados num imperdível jogo eletrônico. Sim, estão por aí. Ainda não sabem o que é o mal, a verdade única, o que significa Estado democrático de direito, liberdade de expressão, de chorar e, ao mesmo tempo, sorrir. Não julgam os outros, não imputam, isso ou aquilo, em razão do que pensam.

Governam o seu próprio mundo sem invadir o espaço de ninguém. São meninos, são nossos filhos, sobrinhos, vizinhos, estão pedindo dinheiro na rua, vendendo balas e sacos de pipoca vencida, estão por aí. Teve um, dizem, que expulsou os vendilhões do Templo. Não sei se era menino, quase, mas não era adulto.Bueno, alguns falam em Jesus, nem todos, mas outros tantos acreditam que os meninos ainda se mantêm puros e irradiando o bem, no mundo dos adultos o bem tem andado esquecido.

Eu acredito. Foi em dezembro, há 2024 anos atrás. Prá uma parte da humanidade, pros crentes de qualquer religião, inclusive os que não acreditam nele, ficou uma mensagem que se mantém e se manterá. A figura de um menino numa manjedoura.

O nascimento é um recomeço. Um forte sinal, pra todos os tempos, de que não há mal duradouro, o bem é um permanente alimento, um caminho e um norte que sempre nos leva a frente. Assim, não esqueçam do menino. Ele está conosco, muitas vezes nos sinaliza e não nos damos conta. Perde-lo é perder a esperanca. Um Feliz Natal.

Eduardo Battaglia Krause
Advogado e Escritor

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