Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de outubro de 2022
A Nasa, agência espacial americana, divulgou imagens inéditas captadas pelo Observatório James Webb, o maior e mais caro já produzido, cujo lançamento no ano passado inaugurou uma nova fase da observação espacial. As fotos mostram os icônicos Pilares da Criação, estruturas de gás e poeira repletas de estrelas que ficam a 6,5 mil anos-luz da Terra.
A estrutura tridimensional lembra formações rochosas, apesar de serem muito mais permeáveis devido à sua composição gasosa e à poeira espacial. O brilho de milhares de estrelas ilumina a primeira imagem que o telescópio faz da paisagem, com suas colunas em tons marrons e laranjas.
Nas extremidades de vários pilares, há manchas vermelhas brilhantes, que parecem lava — partes que, disse a Nasa em seu comunicado, “são ejeções de estrelas que ainda estão se formando” no gás e na poeira estelar. Os astros nascentes, que têm apenas algumas centenas de milhares de anos, periodicamente lançam jatos supersônicos que colapsam com nuvens de materiais, como os pilares da estrutura.
“Por demanda popular, precisamos fotografar os Pilares da Criação com o JWST (sigla do James Webb)”, tuitou Klaus Pontoppidan, gerente do programa científico do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial, que opera o Webb de Baltimore, nos EUA.
A fotografia “majestosa” ajudará os pesquisadores a entender melhor o processo de formação de estrelas, disse a Nasa. Possibilitará a identificação de contagens muito mais precisas dos astros recém-formados, além das quantidades de gás e poeira na região.
Os pilares, fotografados em um ângulo que os fazem parecer com uma mão que tenta tocar o céu, ficam na Nebulosa da Águia da Via Láctea, a mesma galáxia da Terra. Eles ficaram famosos graças ao telescópio espacial Hubble, o antecessor do Webb, que os captou pela primeira vez em 1995 e, depois, em 2014.
Uma das maiores diferenças do observatório novo para o antigo, contudo, é que o Webb consegue ver no espectro infravermelho, enquanto o Hubble limitava-se majoritariamente ao espectro visível ao olho humano e um pouco no ultravioleta. Logo, por mais que olhem para lugares similares, o novo instrumento verá coisas novas e sem o empecilho da poeira cósmica que esconde os astros.
“O universo é lindo!”, tuitou a astrofísica da Nasa Amber Straughn.
Em funcionamento desde julho, o James Webb faz suas observações a 1,5 milhão de quilômetros da Terra e observa pontos nunca antes vistos do universo. O observatório almeja ajudar a Humanidade a responder questões-chave para o estudo do cosmos e a origem das coisas — e os Pilares da Criação não são nem de perto os objetos mais distantes que conseguem visualizar.
O Webb é como uma máquina do tempo para que a Humanidade veja as primeiras galáxias formadas logo após o Big Bang, há 14 bilhões de anos. Isso é possível porque a luz viaja a cerca de 300 mil quilômetros por segundo — as distâncias no espaço são tão grandes, contudo, que a luminosidade dos objetos mais distantes que o Webb conseguirá fotografar terá viajado cerca de 13 bilhões de anos-luz. Ou seja, serão fotografias de algo que ocorreu há 13 bilhões de anos.
Um dos principais objetivos desse telescópio de US$ 10 bilhões, cujo processo de concepção ao lançamento durou 25 anos, é estudar o ciclo de vida das estrelas. Outra linha principal de investigação do projeto conjunto das agências espaciais americana, canadense e europeia é o estudo dos exoplanetas, ou seja, planetas fora do sistema solar da Terra.
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